OpiniãoLares de idosos: uma solução ou um problema?

Lares de idosos: uma solução ou um problema?

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A negligência nos lares de idosos é uma preocupação crescente em muitos países, à medida que a população idosa continua a crescer e a ficar mais envelhecida. A negligência pode assumir várias formas, designadamente a ausência de cuidados básicos como alimentação, higiene pessoal, medicação e assistência médica, bem como a falta de atenção e cuidado emocional. Infelizmente, a negligência é muitas vezes o resultado de uma dificuldade de recursos financeiros por parte dos prestadores de serviços, falta de formação ou supervisão adequada dos recursos humanos que trabalham nos lares de idosos.

A negligência pode ter graves consequências para os idosos, incluindo o agravamento de condições de saúde existentes, contração de doenças, ferimentos, desidratação, desnutrição e até mesmo a morte. Além disso, a negligência pode afetar negativamente o bem-estar emocional dos idosos, levando à depressão, ansiedade e isolamento social.

Para prevenir a negligência nos lares de idosos, é importante que as instituições contratem recursos humanos com a devida formação e qualificação para fornecer os cuidados que aqueles merecem com a máxima qualidade, o que necessariamente passa também por supervisionar com rigor as mais prementes necessidades dos idosos.

As políticas e os procedimentos da instituições também devem ser recorrentemente objeto de revisão e atualização, por mor de garantir uma continuidade da qualidade da prestação de serviços.

É importante, também, que as famílias e amigos quando visitam os idosos prestem atenção aos mínimos sinais de negligência, tais como de desnutrição, desidratação, problemas de higiene pessoal ou mudanças no comportamento do idoso. Caso a negligência se sustente em factos concretos, devem denunciar imediatamente às autoridades competentes para que uma investigação possa ser iniciada. Além disso, é importante que as famílias mantenham contacto regular com os idosos, de modo a garantir que suas necessidades sejam asseguradas, em registo de suficiência para que os seus entes queridos se sintam protegidos.

Este tipo de fenómenos não pode ser desconectado com um certo perfil de família disfuncional, onde os mais velhos, já depois de terem sido descartados à luz de critérios de produtividade pelo mercado, são, por fim, institucionalizados por critérios de facilitismo e comodidade. Com efeito, para os seus familiares e amigos mais próximos é bem mais confortável relegá-los para as camas de hospital, mesmo que os mesmos não padeçam de doença alguma a demandar cuidados desta natureza, ou depositá-los num lar.

Como a maior parte dos idosos auferem, a título de reforma e subsídio de viuvez, valores significativamente baixos e os próprios familiares e amigos detêm limites orçamentais para auxiliar aqueles, a escolha recai sobre uma instituição com menores garantias de bom funcionamento.

Por esta razão o Estado deverá assegurar que todos os lares conseguem prestar os seus serviços com um mínimo de qualidade, de modo a garantir a dignidade da pessoa do idoso.

Portanto, o Governo, as organizações da sociedade civil e outras partes interessadas devem desempenhar um papel ativo e proficiente no desenvolvimento de políticas e programas que protejam continuadamente os idosos contra qualquer tipo de conduta negligente.

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