O partido aprova a homenagem, mas acredita que retirar o corpo do escritor a Baião seria uma atitude “lesiva” para com o concelho.
Em comunicado endereçado ao Jornal EMISSOR, o PSD Baião refere que “as honras de Panteão podem ser concedidas sem que implique a remoção dos restos mortais do escritor”.
Como exemplo, o partido aponta para o caso de Aristides de Sousa Mendes, cuja memória foi honrada sem a necessidade de deslocar os restos mortais do diplomata.
A comissão política chefiada por Ana Raquel Azevedo acredita que a mesma ação devia ter sido tomada em relação a Eça de Queiroz, de forma a preservar “a ligação ao território” e “respeitando a importância económica, cultural e turística” que a presença do escritor trouxe para Baião.
O comunicado denuncia o trabalho do deputado socialista e baionense José Luís Carneiro, que foi a figura principal em garantir a trasladação dos restos de Eça de Queiroz.
“É lamentável que esta proposta tenha partido do único deputado baionense à época, José Luís Carneiro, que num deslumbramento completo com “as cidades” e num esquecimento total “das serras”, em vez de ter usado a sua influência para resolver os problemas estruturais do concelho, decidiu que o melhor que podia fazer pelo seu concelho era “tirar-nos” algo que materializa o expoente máximo cultural de Baião, numa atitude totalmente centralista, de quem se diz tão preocupado com o interior”, pode-se ler.
O PSD Baião concluí a afirmar que a “autarquia não devia gastar um cêntimo” no processo, que considera lesivo para o concelho: “Reafirmamos o compromisso com a nossa posição desde o primeiro momento. Esta não é apenas uma luta pelo que nos é retirado, mas pela preservação da nossa identidade e acima de tudo, pelo respeito pelo interior do país, por Baião e pelos Baionenses”.