OpiniãoA voz da democracia ouviu-se em Paços de Ferreira

A voz da democracia ouviu-se em Paços de Ferreira

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O resultado das eleições autárquicas em Paços de Ferreira não deixa dúvidas.

O povo exerceu o seu direito de voto e escolheu deliberadamente o seu voto em função da cor dos três boletins, para a Câmara, Assembleia Municipal e Junta de Freguesia, refletindo um resultado que dá voz à democracia. A maioria absoluta de Paulo Ferreira reflete a vontade de continuar com as políticas exercidas nestes últimos 12 anos, baseadas mais no populismo e menos em políticas estruturantes de desenvolvimento para o futuro do concelho. Se a maioria do povo entende que estas são as políticas que defendem os interesses dos nossos filhos e netos, então que o atual executivo continue a fazer a vontade de quem o elegeu.

Nesta eleição, o povo de Paços de Ferreira voltou a demonstrar a sua inteligência e sabedoria ao votar. A vontade popular restabeleceu o equilíbrio democrático, confiando à oposição, à coligação MAIS (PSD/CDS), a liderança da Assembleia Municipal. Aos nove deputados eleitos por sufrágio direto juntam-se os onze presidentes de Junta escolhidos nas dezasseis freguesias do concelho. No total, a coligação MAIS contará com vinte deputados, face aos quinze do PS e dois do Chega. Afinal, o povo é ou não é inteligente? Para mim, é, e, mais do que isso, é sábio. Ou seja, o anterior executivo é agora liderado por Paulo Ferreira e não poderá entrar mudo e sair calado nas reuniões de Câmara, e muito menos nas Assembleias Municipais. O povo decidiu que deve existir uma fiscalização ativa da oposição para perceber onde são feitos os investimentos e se os interesses dos munícipes estão efetivamente salvaguardados.

Mesmo nos ajustes diretos do executivo, que não necessitam passar pelo crivo dos vereadores da oposição, deve haver um escrutínio minucioso e debate em Assembleia Municipal, se for o caso, porque agora o clima de pressão e censura deixará de existir.

Espera-se que, no ato da tomada de posse do novo executivo e da Assembleia Municipal, seja tido em conta o desejo do povo, que deu legitimidade à coligação MAIS para eleger o seu candidato à presidência da Assembleia Municipal. Só assim se estará a cumprir a vontade do eleitorado de Paços de Ferreira, garantindo também uma boa condução das Assembleias Municipais, bem como transmissões em direto sem interrupções ou cortes duvidosos.

Espera-se igualmente que seja tomada a decisão de acabar com a obrigatoriedade de agendamento prévio para as pessoas que pretendam expor os seus problemas nas Assembleias, no período antes da ordem de trabalhos. Obrigar a uma inscrição prévia com o tema que vai ser abordado pelo cidadão é tudo menos democrático, e certamente essa imposição será abolida pelo novo presidente da Assembleia Municipal.

Estes são apenas pequenos exemplos da falta de critério que marcou as Assembleias nos últimos 12 anos. Por isso, percebe-se a inquietação de alguns elementos do PS, que já vieram a público, num tom quase intimidatório, comentar o que poderá acontecer na Assembleia da tomada de posse. Curioso é que, quando o resultado favorece o PS, o povo é logo considerado inteligente e sábio; mas quando o voto popular dá vantagem à oposição, o mesmo povo passa, de repente, a ser tratado como ignorante.

Seguindo a lógica dos ‘opinion makers‘ do PS, quem ganhou o executivo também não deveria liderá-lo, já que, nas freguesias, a vontade popular foi claramente favorável ao PSD, basta ver o número de juntas entregues à coligação PSD/CDS. A verdade é que a lei é igual para todos, e o povo sabe disso.

Os pacenses são inteligentes, atentos e não se deixam enganar.

O que agora se tenta é pressionar a oposição, que foi eleita com maioria na Assembleia Municipal, para que se torne num apoio do PS, contrariando a escolha feita nas urnas. Estes jogos de pressão e manipulação tentam distorcer a vontade do povo e atacar a democracia, contrariando o verdadeiro espírito da Constituição. Parece que há quem queira manter o poder nas sombras, recorrendo ao engano.

Só protestam contra o povo quando o resultado não lhes agrada. E, pior ainda, contestam a própria lei e quem a fez. São estes truques e mentiras que tentam enganar o povo e desvirtuar o papel da Constituição. Pelos vistos, há quem ainda ache que enganar o povo é a melhor forma de ganhar eleições.

Agora, com o novo presidente da Assembleia Municipal, que se espera ser o representante da maioria, haverá oportunidade de analisar os votos do orçamento para 2026, que deverá ser escrutinado com rigor pelos deputados da coligação e chumbado, se for contra o desenvolvimento do município. Aliás, faz todo o sentido que o atual executivo assuma o mesmo orçamento de 2025, pois foi com esse que o povo aceitou a continuidade, onde se destacam os milhões gastos em festas e passeios que devem continuar.

A maioria na Assembleia Municipal deverá fiscalizar até ao último cêntimo todas as despesas e investimentos propostos pelo executivo e agir em conformidade. Se assim não for, a democracia ficará ferida, porque o povo assim decidiu.

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