Com a aproximação das eleições autárquicas de 2025, Paços de Ferreira entra na fase mais visível e ruidosa da sua vida política: a campanha eleitoral. Ainda que o calendário oficial marque apenas algumas semanas para a campanha, a verdade é que, hoje em dia, o jogo começa muito antes. As redes sociais, os jornais locais e até os fóruns de opinião online transformaram-se nos novos palcos da política. E é aí que a “verdadeira” campanha já se desenrola.
De um lado, temos promessas. Muitas vezes embrulhadas em palavras fortes e imagens apelativas, circulam no Facebook, no Instagram, em comunicados de imprensa e entrevistas. Cada candidato quer mostrar que tem a solução mágica para velhos problemas — sejam eles a mobilidade, a habitação, o apoio às famílias, ou a modernização da cidade. Do outro lado, surgem os desejos, as críticas e os comentários da população, que se expressa cada vez mais através das redes, onde o debate político se mistura com a emoção e, por vezes, com a desinformação.
Esta antecipação da campanha oficial faz com que o eleitorado seja exposto a um verdadeiro “bombardeamento” de mensagens políticas, num tom que vai oscilando entre a esperança e a desconfiança. Paços de Ferreira não foge à regra: aqui, como em muitas cidades, a política local vive da proximidade, mas também da capacidade de comunicar em larga escala. E é nessa mistura que os candidatos tentam conquistar terreno.
Importa, contudo, que os cidadãos não se deixem seduzir apenas pelo brilho das promessas nem pela intensidade das críticas. A responsabilidade do eleitor é olhar para além das palavras bonitas e dos posts bem produzidos, avaliando o percurso, a seriedade e a consistência de quem se apresenta como alternativa.
As autárquicas de 2025 em Paços de Ferreira serão, sem dúvida, decididas tanto nas urnas como nas timelines das redes sociais. Mas a verdadeira questão permanece: conseguiremos, enquanto comunidade, distinguir entre propaganda e projeto, entre promessa e compromisso? A resposta está nas mãos de todos nós, porque mais do que a arte de bem comunicar, o que conta é a capacidade de bem governar.
João Paulo Brito




