O líder do PSD Paços de Ferreira prestou declarações ao Jornal EMISSOR, abordou assuntos como a falta de “visão no desenvolvimento” do concelho, assim como o caso do Ex-Secretário de Gabinete de Apoio à Vereação António Nunes Barbosa, que foi acusado de burla à Câmara Municipal pelo Ministério Público.
Para Alexandre Costa, a motivação do PSD Paços de Ferreira “não é vontade de poder”, mas sim uma questão de querer levar o concelho para uma “fase diferente, numa perspetiva mais positiva do concelho”.
“Aquilo que ouvimos todos os dias, são aspetos e mensagens negativas sobre Paços de Ferreira. Só este ano, foram efetuadas buscas de foro criminal nunca antes vistas no nosso Município, foi construída uma ETAR que nos envergonha por não estar a funcionar, foi feita uma nomeação política de um assessor que acabou por ser acusado de burla, e ainda pudemos assistir à polémica sobre perdermos o direito a uso da marca “Capital do Móvel”. O nosso concelho vai vivendo de coisas negativas, que afastam os investidores, as empresas, os próprios pacenses, gerando graves prejuízos aos nossos concidadãos”, afirma.
Alexandre Costa sublinha ainda a fuga dos jovens pacenses para outras regiões do Norte, algo que preocupa a liderança do PSD Paços de Ferreira: “O nosso concelho, nos últimos censos, perdeu 18% dos jovens na faixa etária dos 0-35. Foi o sétimo concelho do distrito do Porto que mais perdeu”.
“Neste momento, temos um concelho que está estagnado, com pouca visão daquilo que deve ser o desenvolvimento. Este executivo pensa muito no presente e não considera o futuro”, conclui Alexandre Costa.
Em relação ao processo do Ex-Secretário, Alexandre Costa fez questão de relembrar que “o processo teve origem numa denúncia que o PSD fez”: “Em 2021, houve algumas suspeitas de irregularidades em certos processos da Câmara Municipal. O PSD entendeu que haviam elementos que não estavam bem esclarecidos, que nos suscitavam dúvidas”.
“Remetemos o assunto para o Ministério Público, no sentido que nos fossem esclarecidas as dúvidas”, referiu Alexandre Costa.
“Esta situação não nos traz alegria, nem é algo que nos satisfaça. É uma acusação feita pelo Ministério Público, sem precedentes. Por um lado, estamos agradados que o Ministério Público tenha confirmado as nossas suspeitas”.
“É importante recordar que é a primeira vez que a nomeação de um assessor político termina com uma acusação pelo Ministério Público, é inédito no Município de Paços de Ferreira, sob qualquer liderança. O Município de Paços de Ferreira, liderado pelo Partido Socialista, também foi alvo de uma busca sem precedentes, no início do ano, o que nos preocupa”, relembrou Alexandre.
O Líder do PSD Paços de Ferreira fez ainda questão de pedir “alguma responsabilidade política”, em relação ao caso: “Não se compreende como é que um Presidente da Câmara assina uma declaração de compra e venda, em que o assessor assina como vendedor”.
“A liderança não está isenta de responsabilidade. Podem não ser responsabilidades criminais mas não deixa de ser um episódio triste que eu acho que merece um pedido de desculpas por parte do executivo municipal”, concluiu Alexandre Costa.
O Presidente do PSD de Paços de Ferreira fez ainda questão de referir que o partido apenas deseja que seja possível fazer uma “discussão política com alguma elevação”.
“É evidente que o modelo utilizado até ao momento não se ajusta à seriedade e está muito próximo dos partidos populistas. Pretendem sempre desviar a atenção dos focos principais e colocar as coisas numa lógica da discussão de café, ao invés de uma discussão mais séria”, explica.
O líder da oposição afirma que a mudança de modelo de comunicação do Partido Socialista de Paços de Ferreira tem de ser decidida internamente, mas faz questão de notar que pessoas mais próximas do atual líder Humberto Brito, entretanto afastaram-se da liderança do Partido Socialista, como o “anterior Vice-Presidente da Câmara” Paulo Sérgio Barbosa, ou o “anterior Presidente da Assembleia”, Ricardo Pereira.
“Existem vários mandatários em áreas importantes como a Juventude e a Ação Social, que foram mandatários do Dr. Humberto Brito. Entretanto, afastaram-se da sua governação. Eu acho que todos percebemos que está a chegar a um fim de ciclo e que aquilo que temos de fazer é trabalhar para que possamos afastar este ciclo mais negativo do concelho e da governação do executivo atual”, completa Alexandre Costa.