As últimas eleições deram entrada a três novos partidos no nosso parlamento, sendo que dois 2 foram candidatos pela primeira vez às eleições legislativas. E, o mais curioso, é que 2 são partidos que se situam mais à direita, a Iniciativa Liberal e o CHEGA. Já o Livre está mais à esquerda. Começamos a perceber que os portugueses, estão deveras insatisfeitos com os partidos com maior assento parlamentar, uma vez que estes não estão a dar resposta aos seus problemas, daí os votos se diluírem por partidos mais pequenos. Contudo é perceptível que a maior insatisfação se verifica em Lisboa, distrito onde os novos partidos elegeram representantes. Pensarão os leitores que, se o sistema eleitoral desse a possibilidade de representar todos os votos, provavelmente teríamos verificado essa insatisfação noutros distritos do país. Não deixa de ser intrigante que esta situação se verificasse em Lisboa, onde as pessoas têm acesso a todos os recursos, nomeadamente no que respeita aos 3 pilares fundamentais da democracia: segurança, educação e saúde. Dá que pensar! Será que não é hora de alterar o sistema eleitoral? Será que todos os cidadãos se sentem representados?
Fica esta reflexão, no entanto o que, hoje, queria partilhar com os leitores neste artigo prende-se com a preocupação que anda em volta do CHEGA, partido com o qual não me identifico, que fique claro, no entanto não consigo perceber o porquê de tal preocupação, uma vez que nos últimos anos temos assistido à entrada de partidos de extrema esquerda no parlamento e nunca houve tal inquietação. Não vejo ninguém preocupado com o Bloco de Esquerda, Livre, PAN e PCP, embora retire o PCP desta equação. Compara-se André Ventura e CHEGA ao Trump. Mas, os analistas políticos não se preocupam com o Bloco de Esquerda quando defende Chaves, Maduro e King Jong-Un e que os partidos desse espectro político apoiam e reclamam quando os nossos governantes se mostram contra esse tipo de opressão. Não serão estes partidos apoiantes de uma postura facista?
É verdade que temos formas de verificar e identificar a forma de estar de partidos e pessoas fascista. Mas que, mesmo, uma pessoa sensata não pode fazer uma análise simples com esta palavra repleta de conotações, porque será logo denominada de radical, só porque identificou algumas destas ideias no comportamento de alguém, contudo há que estar atentos aos sinais que vão aparecendo aqui e ali.
Segundo Jason Stanley, “A política fascista inclui muitas estratégias diferentes: o passado mítico, a propaganda, o anti-interlectualismo, a irrealidade, a hierarquia, a vitalização, a lei e ordem, a ansiedade sexual, os apelos ao patriotismo e a desmantelamento do bem-estar e da unidade publicas…” Jason Stanley – “ Como funciona o fascismo”
Em meu entender, este excerto coloca-nos a dúvida da ideologia do CHEGA, será este um partido de extrema direita ou será que se aproxima dos ideais fascistas?
Neste momento, o que realmente me preocupa é a governação autárquica, que é a que está sempre mais próxima de cada cidadão. Conhecendo bem a realidade do nordeste do nosso país, sei que há autarcas que não sendo fascistas têm fundamentação numa democracia ditatorial, justifico esta minha ideia com uma pequena história que é abordado em vários livros “Hitler e a Galinha”
“Em uma de suas reuniões, Hitler pediu que lhe trouxessem uma galinha.
Agarrou-a forte com uma das mãos enquanto a depenava com a outra. A galinha, desesperada pela dor, quis fugir mas não pôde. Assim, Hitler tirou todas suas penas, dizendo aos seus colaboradores: ‘Agora, observem o que vai acontecer.’
Hitler soltou a galinha no chão e afastou-se um pouco dela. Pegou um punhado de grãos de trigo, começou a caminhar pela sala e a atirar os grãos de trigo ao chão, enquanto seus colaboradores viam, assombrados, como a galinha, assustada, dolorida e sangrando, corria atrás de Hitler e tentava agarrar algumas migalhas, dando voltas pela sala. A galinha o seguia fielmente por todos os lados.
Então, Hitler olhou para seus ajudantes, que estavam totalmente surpreendidos, e lhes disse: ‘Assim, facilmente, se governam os estúpidos. Viram como a galinha me seguiu, apesar da dor que lhe causei?
Tirei-lhe tudo… as penas e a dignidade, mas, ainda assim ela me segue em busca de farelos.”
Muitos dizem que Adolf Hliter estaria na extrema esquerda e o partido na extrema direita!
Acho que percebem a minha preocupação! Esta história, apesar de ser apenas uma história, elucida o ponto de vista da minha preocupação, a qual deverá ser de todos. Aquilo que se está a passar no nosso país merece mais a atenção e inquietação de todos os cidadãos. Não estaremos a permitir a criação dos tais partidos fascistas, algo que vai contra a nossa constituição. É hora de sermos rigorosos na eleição dos nossos autarcas, é hora de pensarmos, realmente, naqueles que nos poderão representar a nível do poder local. Está a chegar o momento de sermos rigorosos nessa avaliação, pois aproximam-se as eleições autarcas. Termino este artigo como comecei “Será que temos Fascismo em Portugal?”