Depois do chumbo do orçamento de estado por parte dos parceiros da geringonça, que levou o Presidente da República a dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas para o passado 30 de janeiro, o primeiro-ministro António Costa, pediu a maioria absoluta aos portugueses, justificando que necessitava de estabilidade para governar. Os Portugueses fizeram-lhe a vontade.
Com esta vitória, em que não necessita da aprovação de mais nenhum partido, para aprovar o orçamento de estado para 2022, nem para qualquer alteração que o partido socialista queira implementar, será então de esperar, que vamos ter 4 anos de governação tranquilos, e podemos estar sossegadinhos no nosso sofá, esperando finalmente as grandes reformas que os nossos governantes vão implementar para colocar o nosso país a crescer. O PIB Português, cresceu em 2021 4,9% e prevê-se um crescimento de 5,8% em 2022.
Podemos então chegar à conclusão de que o partido Socialista, é o grande responsável por este crescimento, certo?
Errado. O responsável por este crescimento, foi a pandemia, que nos levou a ter uma quebra no PIB em 2020 de 8,4%, quando o país se viu confinado e impedido de produzir, pelo que é normal que agora que voltamos à “normalidade”, haja um crescimento mais acelerado, tal como acontece em vários países europeus.
Com a maioria absoluta, o partido socialista reúne todas as condições para fazer as reformas necessárias e retirar o país da estagnação económica que se encontra há mais de 20 anos?
Correto. O governo reúne todas as condições para o fazer, mas será que o quer fazer?
Lembro que a última vez que o partido socialista ganhou a maioria absoluta, foi com José Sócrates em 2005, na altura a dívida pública portuguesa era de 72,2%, e desde aí foi sempre a crescer até 114,4% em 2011, altura em que o ministro das finanças Teixeira dos Santos, se viu forçado a chamar a Troika, uma vez que o país se encontrava em pré-bancarrota.
Depois disso, José Sócrates assinou o memorando da Troika, que Passos Coelho teve de implementar durante os anos da sua governação, sendo até hoje criticado injustamente pelos partidos da esquerda portuguesa, que se aproveitaram da situação para sacudir a responsabilidade a quem realmente pertencia, e formar uma coligação negativa para voltarem ao poder em 2015, quando as reformas impostas pela Troika já tinham sido implementadas pelo governo de Passos Coelho e que este governo veio parcialmente reverter, mantendo e até aumentando, ao longo dos últimos 6 anos, a carga fiscal.
Em 2020, a dívida pública portuguesa, era já de 135,2%, no mesmo ano em que houve uma contração do PIB de 8,4%.
Se por sua vez analisarmos, a taxa de inflação portuguesa, houve um aumento de 0,0% em 2020 para 1,3% em 2021. Também no ano 2010, o ano anterior ao pedido de ajuda financeiro, a taxa inflação em Portugal aumentou de -0,8% em 2009 para 1,4% em 2010.
Projeta-se ainda que em 2022 a de inflação continue a aumentar até perto dos 1,8%. Segundo a mesma projeção, Portugal derrapou na previsão que era de 0,9%, por isso podemos esperar que este ano a mesma, possa vir ultrapassar os 2%.
Será então caso para dizer que depois da tempestade vem a bonança?
Não me parece. Pela análise da conjuntura económica do nosso país, e juntando a maioria absoluta do partido socialista, diria antes que se aproxima uma tempestade. O quarto pedido de ajuda de assistência financeira em Portugal.
Os dados acima citados, demonstram que já estamos a perder poder compra, ou seja, estamos a ganhar menos, e vamos continuar a perder poder de compra durante este ano, à semelhança do passado.
Espero estar errada, mas se não estiver, abriguem-se bem, que a tempestade vai ser forte!
Fontes dos dados: PORDATA, INE e Banco de Portugal
Alexandra Pinto
GCL Iniciativa Liberal Valongo