Enquanto a notícia da abertura de uma nova unidade de saúde privada do grupo Lusíadas Saúde em Paços de Ferreira é recebida positivamente, especialmente pelo impacto económico e social que promete trazer, ela também levanta profundas preocupações sobre o estado do sistema de saúde em Portugal. A degradação dos serviços públicos de saúde nos últimos oito anos é notória. A falta de meios humanos e condições adequadas levou ao encerramento de vários serviços de urgência e outras especialidades, uma situação sem precedentes na memória recente.
Esta deterioração do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode ser atribuída às opções ideológicas adotadas pelos governos de esquerda, particularmente desde a formação da ‘geringonça’. A decisão de rasgar os protocolos com Instituições Particulares de Solidariedade Social e Misericórdias, priorizando uma visão estatizada da saúde, levou gradualmente o SNS ao colapso. Este cenário crítico criou oportunidades de negócio para o setor privado. Sendo a saúde um setor atraente para grandes grupos económicos, esta falha ideológica da esquerda tem sido um terreno fértil para a expansão de unidades privadas por todo o país.
O crescimento do setor privado, por sua vez, aumentou a necessidade de recrutar profissionais de saúde, amplificou a pressão sobre o serviço público, que enfrenta cada vez mais dificuldades em reter os seus profissionais. Esta situação reflete o que pode ser descrito como uma miopia da esquerda, que ao invés de resolver, aumenta os problemas na saúde pública.
A declaração do atual vice-presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, representante da esquerda, acolhendo como uma boa notícia o investimento na nova unidade hospitalar privada, pode ser interpretada como um reconhecimento tácito do fracasso da governação do Partido Socialista nos últimos oito anos na saúde, período durante o qual o SNS enfrenta desafios sem precedentes.
No PSD, encaramos com satisfação a chegada deste novo investimento. Defendemos uma visão mais liberal sobre a relação entre o setor público e o privado, acreditando que apenas por meio de uma colaboração eficaz entre estes dois setores podemos evoluir. Não existem sistemas que funcionem isoladamente. A integração e o equilíbrio entre público e privado são essenciais para um sistema de saúde robusto e adaptável às necessidades da população.