ESCÂNDALO NO HOSPITAL PADRE AMÉRICO: 15 Anos Depois, Investimentos Prometidos Desaparecem Sem Rasto!
Uma teia de silêncio e incumprimentos envolve há mais de uma década o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), deixando no ar sérias dúvidas sobre a gestão de fundos públicos e o respeito pelos compromissos assumidos.
O Jornal Emissor teve acesso exclusivo ao Caderno de Encargos do Procedimento 12/385 e a documentação da Câmara Municipal de Penafiel, que revelam que, em 2010, foi contratada a concessão de ampliação, conceção, execução e exploração do parque de estacionamento da Unidade Hospitalar Padre Américo. Estavam previstos 2,3 milhões de euros de investimento, dos quais 1 milhão seria destinado à construção de um edifício para apoio aos funcionários: a denominada “Casa do Pessoal”.
Passados 15 anos, a realidade é chocante: não existe qualquer Casa do Pessoal e o montante milionário desapareceu no tempo — sem obra feita, sem explicações e sem responsabilidades assumidas.
Apesar de insistentes pedidos de esclarecimento, a administração atual do CHTS optou pelo silêncio perante as perguntas enviadas pelo Jornal Emissor. Nomeadamente, sobre onde foram parar os 2,3 milhões de euros, porque razão o parque de estacionamento ampliado nunca foi totalmente concluído, e porque motivo a construção do edifício prometido aos trabalhadores nunca avançou.
A agravar a situação, fontes próximas ao processo sublinham que a administração da altura e as subsequentes sempre procuraram proteger a imagem da instituição, evitando expor o caso à opinião pública — numa altura em que os utentes do hospital continuam a enfrentar problemas de estacionamento, taxas elevadas e estruturas longe do prometido.
Segundo o caderno de encargos, a concessão previa, entre outras condições:
- Parque com mais de 460 lugares (zonas A e B).
- Requalificação das zonas C e D para utilização interna do hospital.
- Investimento de 1 milhão de euros numa infraestrutura de apoio ao pessoal, a ser revertida para o hospital no final da concessão.
Porém, documentos camarários mostram que parte dos terrenos atribuídos para esta expansão foi apenas cedida provisoriamente e com limitações, já que a Câmara de Penafiel, então liderada por Alberto Santos, reservou o direito de reclamar os terrenos a qualquer momento.
Face a este cenário, cresce o coro de vozes indignadas: “Como é possível que 15 anos depois, milhões prometidos em obras públicas simplesmente tenham evaporado sem qualquer fiscalização efetiva?”, questiona um antigo funcionário hospitalar, que prefere manter o anonimato.
E agora? O Jornal Emissor apurou que o processo poderá ainda vir a ser alvo de auditorias independentes ou até de investigação judicial, uma vez que há fortes indícios de incumprimento contratual grave e possível desperdício de dinheiros públicos.
A administração do CHTS continua em silêncio.