Opinião1640 dias de pura ilusão

1640 dias de pura ilusão

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No passado dia 30 de março de 2022, cerca de dois meses após as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, o governo do partido socialista tomou posse.

Em escassos dias, vemos espelhadas nas notícias algumas medidas que devem preocupar todos os portugueses, sobretudo pela incerteza que acarretam, mas também pelo fraco ímpeto transformista que aportam. Vejamos por exemplo, as alterações aos impostos nos custos dos combustíveis e energia, que não se traduzem num alívio claro e evidente para as famílias e empresas, ou a possibilidade de aumento de impostos a empresas que apresentam “lucros inesperados”, como se uma empresa não funcionasse para conseguir ter um balanço positivo no seu saldo.

É certo que as consequências da pandemia estão ainda a dilacerar as empresas mundiais com os respetivos efeitos no aumento dos custos de produção, e que a situação política europeia, com a invasão russa à Ucrânia, não é uma condição favorável ao crescimento económico nos próximos tempos para os vários países europeus. Todavia, devemos relembrar os nossos governantes, que o caminho constrói-se caminhando e que na falta de um programa de governo com medidas fortes, com alívio da carga fiscal, com a abertura ao investimento privado, com a liberalização dos setores com mais problemas de gestão orçamental como a saúde, e a educação, dificilmente veremos Portugal a conseguir subir o ranking da competitividade e do PIB per capita na Europa a 27.

Há o receio de que a propaganda socialista crie casos, para que a opinião pública acredite que os problemas estão a ser resolvidos, tal como os mágicos nos fazem acreditar nos seus rebuscados truques de ilusão.

Que não haja medo de mudar, que não haja falta de diálogo, que a sociedade civil, os restantes partidos e parceiros sociais possam participar na construção de uma estratégia de desenvolvimento para o país, e que esta não esteja paralisada na simples e fugaz ideia de aumentar o salário mínimo, sem aumentar a produtividade ou de salvar empresas e bancos públicos para os não colocar depois ao serviço de todos os portugueses em todas as regiões.

Receamos um período de cerca de 1640 dias de ilusão onde Portugal continuará no campeonato dos pequeninos, e onde a dita estabilidade política e governativa possa vir encapotada de poder absoluto, e todos nós nos lembramos na última legislatura onde estas práticas estatistas e centralistas levaram Portugal a um pedido de assistência externa.

Filipe Vilar

IL Valongo

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