Estou em Paredes, mesmo em frente à Câmara Municipal. Assisti a uma cerimónia breve e simbólica, que reflete os tempos que vivemos. A maior parte de nós bem que gostaria de festejar o Dia da Liberdade de forma mais entusiasta e, sobretudo, na presença física dos amigos e paredenses no geral. Esta, contudo, não deverá ser uma preocupação muito aguda no executivo municipal paredense. Este dá sinais de poder prescindir desta comemoração, que, a julgar pelas atitudes dos últimos tempos, pouco lhe diz. Os ideais de Abril incomodam, de facto, quem não sabe governar com oposição!
Estarão os princípios de Abril presentes no executivo camarário paredense?
Não tenho qualquer dúvida em afirmar que não. E esta não é uma afirmação emotiva de alguém que já foi muito prejudicado por incomodar os poderes instituídos. É, antes, uma resposta que reflete a análise objetiva daquelas que têm sido as atitudes deste executivo.
Abril é respeito pela liberdade de imprensa! Menos em Paredes. Fiquei sem o meu emprego em dezembro de 2018 e o concelho ficou sem o jornal local Yes Paredes, que não se mostrou permeável a influências por parte do poder político.
Temos uma imprensa local quase toda “comprada” e instrumentalizada pelo regime, que usa ainda o lápis azul. Das minhas intervenções nas reuniões de Câmara abertas ao público nenhum órgão de comunicação social faz eco. Assuntos por mim abordados e do interesse de todos os paredenses, que ficam entre quatro paredes. Porquê?
Note-se, ainda, que Paredes é talvez caso único no país, ao ter um vereador que recorreu ao plágio, foi criticado severamente pela oposição e por muitos cidadãos, mas cujo tema nunca foi abordado pela comunicação social local, apesar de até a imprensa nacional ter feito referência ao assunto. Incompreensível!
Abril é liberdade de expressão! Menos em Paredes. A página do Facebook é pública e está disponível para todos os cidadãos. Perdão: deveria estar. Mas a censura impera e eu, pelo menos, não posso comentar os assuntos. Vejo, assim, cortada a liberdade de expressão, que me é reconhecida pela Constituição da República Portuguesa. Portanto, esta situação reflete não só o medo da oposição, mas também a incapacidade de ouvir e respeitar os outros. E bem mais grave: é um ato ditatorial e inconstitucional.
Haverá outra razão, para além daquela que referi, para a censura das minhas intervenções no Facebook da autarquia? Não há. Se houvesse, Alexandre Almeida ter-ma-ia apresentado, visto que eu próprio o questionei sobre o assunto numa reunião de câmara, mas a resposta foi o silencio. Há censura na Câmara Municipal de Paredes.
Abril é pluralismo! Menos em Paredes. É do debate de ideias, da capacidade de ouvir e da humildade em admitir que não somos donos da verdade que nascem projetos consistentes. Dívida, água e saneamento, obras… foram assuntos de perguntas feitas a Alexandre Almeida nas reuniões de Câmara, às quais quase nunca respondeu.
Estes são apenas alguns exemplos dos atropelos dos ideais de Abril por parte deste executivo. Mas muitos mais existem, que vão do desrespeito aos funcionários, à oposição e até às instituições.
O Chega Paredes é um partido democrata, plural, que respeita a liberdade de todos os cidadãos e que repugna veementemente as atitudes de um executivo com tiques fascistas, antidemocráticos e castradores das liberdades. Por mais que tentem inverter a realidade, as provas estão aí para quem as quiser ver.
Viva Abril! Viva a liberdade, que há de chegar brevemente a Paredes!