Paços de Ferreira vive um momento político intenso, marcado por mudanças, novas candidaturas e coligações que procuram conquistar ou manter a confiança de quem vive no concelho. À medida que se aproximam as eleições autárquicas, impõe-se perguntar: em que medida os partidos e candidatos estão prontos para assumir responsabilidades com transparência, competência e compromisso real?
O cenário atual:
– O Partido Socialista (PS) já aprovou os seus candidatos para as 16 freguesias do concelho, com um clima de união interna e entusiasmo.
– O PSD vai a votos em coligação com o CDS-PP, sob a bandeira “Mais Coligação PSD/CDS”, reforçando um projeto conjunto que apela a uma governação mais robusta e equilibrada.
– A Iniciativa Liberal também se apresenta em força, com listas próprias para todos os órgãos autárquicos no concelho, apostando em inovação, liberdade económica, redução burocrática e maior proximidade às pessoas e empresas.
– Há movimentos independentes também em jogo, como “Unidos pelo Município de Paços de Ferreira”, liderado por Paulo Sérgio Barbosa, que se propõe ser uma alternativa mais direta ao cidadão.
A política local não pode limitar-se a promessas ou a disputas de poder. O que está em causa nesta eleição:
Seriedade nos compromissos
Não basta prometer proximidade, transparência ou inovação: é preciso que hajam planos concretos, orçamentos realistas, execução rigorosa. A população exige responsabilidade fiscal, bom uso dos recursos públicos, prestação de contas e que os candidatos se apresentem não apenas com retórica, mas com provas.
Proximidade com as freguesias
As freguesias são a porta de entrada da política local para muita gente. Ter candidatos identitários, nascidos ou residentes nas freguesias, com envolvimento real nos assuntos locais, é fundamental. Projetos que ignoram as especificidades de cada freguesia tendem a falhar.
Inovação e modernização
Redução da burocracia, digitalização de serviços, incentivos à economia local e ao empreendedorismo, melhoria da mobilidade interna, cuidados com o ambiente são exigências crescentes que não podem esperar mais. Quem governa deverá responder não apenas ao presente, mas preparar para os desafios futuros (demografia, sustentabilidade, mudanças nos padrões de trabalho).
Representatividade e diversidade
Há já conversas sobre representatividade de género e novos rostos na política local, o que é positivo. As candidaturas devem refletir a diversidade da população género, idade, profissões, vivências — para que as decisões consideradas sejam abrangentes.
Coligações, ou alianças, para quê?
A coligação PSD/CDS é um sinal de que os partidos reconhecem que unidos têm mais força desde que essa força se traduza em coerência programática, não só em soma eleitoral. É importante que cada eleitor entenda não apenas quem se junta, mas porquê e com que projeto.
O que exige o eleitorado
– Informação clara sobre os programas: não só promessas genéricas, mas metas, prazos, orçamentos, fontes de financiamento.
– Transparência nos processos eleitorais, nos financiamentos, nos recursos usados, na forma como se define orçamento municipal ou de freguesias.
– Responsabilidade: quando se aceita liderar um órgão autárquico, assume-se também a obrigação de prestar contas, de corrigir rotas, quando necessário.
– Estar disponível para dialogar com os cidadãos, ouvir, não apenas falar. Que haja canais abertos, visitas às freguesias, participação.
Se há uma frase que resume bem o que se espera destas autárquicas em Paços de Ferreira é precisamente: “Na política como na vida, temos de ser sérios.”
Essa seriedade exige competência, compromisso real, integridade e transparência. Exige respeito pelo cidadão, reconhecimento de que quem vive aqui quer ver transformações palpáveis, melhores serviços, bom ambiente, oportunidades para os jovens, melhoria da qualidade de vida. Quem for candidato, quem promover coligação, quem quiser ganhar, deve começar por mostrar que está preparado para isso, com humildade, justiça e trabalho. Paços de Ferreira merece isso. Não menos.




