Neste artigo abordarei a vida de um militante do PCP nas tarefas partidárias e provar que o PCP é diferente de todos os outros partidos, independentemente da ideologia que defendemos e do preconceito que existe sobre nós.
Em primeiro lugar, todos os militantes tratam-se por tu, independentemente da sua origem social. Assim, desde o militante que se inscreveu hoje até ao Secretário-Geral, há apenas uma forma de tratamento entre todos. Aqui começa uma nova sociedade: acabamos com os privilégios existentes na sociedade e em outras forças políticas. Aqui todos são camaradas, quer tenham estudos ou não, tenham altas funções no Estado ou no setor privado, mas o tratamento é único: camarada.
Em segundo lugar, cada militante terá tarefas a desempenhar no Partido, de acordo com a sua disponibilidade e capacidades. Não importa se está no Partido há 2 dias ou há 50 anos. Todos fazem parte de um coletivo e são uma peça importante na grande máquina que é o funcionamento do PCP. Um militante sente-se útil não apenas para pagar quotas ou durante campanhas eleitorais, mas faz parte do dia a dia do Partido.
Em terceiro lugar, os militantes têm acesso à Resolução Política que irá ao Congresso e acima de tudo, discutem nos seus setores de base o documento e propõem alterações ao mesmo. Desta forma vemos a democracia a funcionar, pois todos os militantes são ouvidos e colaboram, não ficando à espera de que uma elite apresente algo que apenas se conhece na hora dos telejornais.
Para finalizar, um contributo pessoal para ajudar a compreender porque o PCP é diferente: sendo eu professor e militante do PCP, já fui convidado por duas ocasiões para ser o 1.º candidato à Câmara Municipal de Penafiel. Durante essas campanhas eleitorais, tive de colocar pendões e outras estruturas de campanha, bem como elaborar documentos de campanha com os restantes camaradas, pois aqui somos diferentes e o trabalho realizado em várias funções dá-nos experiência. Também já fui convidado para ser candidato a deputado e até para moderar um encontro entre o Secretário-Geral do PCP e os trabalhadores das pedreiras. Desta forma verifica-se que no PCP todos são iguais, desempenham funções importantes para o Partido e são necessários nos vários aspetos da vida do Partido.
Bruno Sousa (professor)
Membro da Comissão Concelhia de Penafiel do PCP