Algo importante na vida de todos e todas que trabalham é o salário. É com ele que pagamos as contas do nosso quotidiano, que almejamos comprar a casa ou pagar as prestações, a comprar um simples eletrodoméstico, uma viagem ou pagar uma despesa não esperada.
No seu programa eleitoral, a CDU propõe o aumento geral dos salários. Isto leva a um maior poder de compra por parte dos trabalhadores/trabalhadoras e consequentemente a um maior apoio (através de compras de bens) aos nossos pequenos comerciantes, que por sua vez compram os bens nas nossas pequenas e médias indústrias, explorações agrícolas e serviços, que são a esmagadora maioria do nosso tecido empresarial.
Vejamos três exemplos do salário mínimo para quem trabalha 40h/semana e para as 35h/ semana, comparando-os no final com os 12€/hora da Alemanha e entenderemos a fuga de milhares de portugueses.
Exemplo 1: Salário mínimo de 820€. Desconta 11% para a Segurança Social e fica com salário líquido de 729,80€. Se trabalhar 40h por semana, perfaz num mês 160h e recebe por cada hora de trabalho 4,56€. A proposta da CDU, com um aumento não inferior a 150€, o salário mínimo seria de 970€, com o pagamento de 106,70€ de Segurança Social e um salário líquido de 863,30€. Assim, por hora receberia 5,40€, tendo um aumento de quase 1€ por hora!
Exemplo 2: Salário mínimo de 820€, mas com 35h de trabalho por semana. Após os descontos para a Segurança Social fica com 729,80€, a que corresponde a 5,21€ por hora de trabalho. Se a este trabalhador com 35h de trabalho for aplicado o aumento não inferior a 150€, o salário por hora subirá para os 6,17€!
Exemplo 3: Salário mínimo de 1000€ em 2024, tal como defendido pela CDU. Após os descontos obrigatórios fica com 890€, que corresponde a 5,56€ por hora de trabalho no caso de 40h semanais e 6,36€ hora no caso de 35h semanais de trabalho.
Com estes exemplos, está claro que nas eleições de 10 de março há uma escolha lógica a fazer: votar para manter os baixos salários, assistir à fuga de portugueses para outros países onde podem ganhar mais 50% por hora e continuarmos a agradecer as migalhas que o patronato dá, ou votar para que se concretize a mudança necessária, com melhores condições de vida para os trabalhadores e trabalhadoras e dar melhores condições para que os nossos jovens não emigrem.
Bruno Sousa (professor)
Membro da Comissão Concelhia de Penafiel do PCP