A “task force” responsável pela vacinação contra Covid-19 finalizou, esta semana, a planificação e gestão logística no contexto da pandemia. O anúncio foi realizado pelo coordenador da equipa, esta terça-feira, no decorrer da reunião semanal com o governo, onde o vice-almirante, Henrique Gouveia e Melo, avançou já terem sido atingidos cerca de 85% da população vacinada. A “task force” irá telefonar, “pessoa a pessoa”, as 80 mil pessoas ainda elegíveis para a toma da segunda dose da vacina, por forma a compreender a não resposta aos apelos.
O vice-almirante confirmou este briefing como sendo o último, referido, “acho que entrego a minha missão, está terminada e agora fica o núcleo a fazer a transição”, avança o DN.
O processo de vacinação, com a duração de 10 meses, permitiu a Portugal e aos portugueses fazer face ao vírus que mobilizou o país.
Em declarações ao EMISSOR, Paulo Sérgio Barbosa, ex-vice-presidente do município de Paços de Ferreira um dos elementos que integrou a equipa responsável pela coordenação e distribuição das vacinas em Portugal, diretamente ligado à “task force” disse que os objetivos definidos pela “task force” que coordena o plano nacional de vacinação contra a Covid-19, que implicaram um esforço gigantesco de uma vasta equipa, em todo o país, mas muito particularmente na base da pirâmide, centrada em Arazede. Durante os últimos 10 meses, como elo de ligação entre o centro de distribuição e as forças de segurança, este caracterizou a experiência como “única”, referindo ter tido “a honra de ser convidado para pertencer a este grupo de pessoas”.
Enquanto membro desta equipa, Paulo Sérgio Barbosa avançou que “‘começamos do zero’ desde a adaptação da cadeia do frio, instalações, recursos humanos, foi uma situação única e complexa para nós e para o país, mas ao mesmo tempo, muito desafiante”.
A logística e a gestão destas distribuições de vacinas foi realizada com a grande preocupação.
Uma logística complexa, uma equipa multifacetada, um centro de receção e distribuição que funcionou 24 sobre 24 horas.
A azafama era constante desde a receção à distribuição, desde a verificação da temperatura das vacinas, os equipamentos de frio até aos transportes.
Paulo Sérgio Barbosa contabiliza a chegada a cerca de 592 centros de vacinação, tendo sido efetuado por “zonas. Às segundas e quintas-feiras destinava-se às regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. As terças e sextas-feiras eram reservadas para a região Centro e Norte. A quarta- -feira era para as “urgências” e para dar resposta a pedidos extra, relacionados com eventuais problemas de agendamento.
Inicialmente a GNR acompanhava as entregas, uma situação que passou a ser residual. «O patrulhamento veio a reduzir uma vez que a ameaça de risco também diminui»,
As vacinas de (Pfizer, Moderna Asrazeneca e Jassen) eram rececionadas e acondicionadas equipamentos próprios de frio de acordo com as normas estabelecidas para cada vacina, que iam dos -80º até aos 8º graus.
No que aos desperdícios diz respeito, Paulo Barbosa refere que “existem sempre”, uma vez que podem acontecer quebras de energia elétrica, acidentes com frascos das vacinas ou manuseamento errado. Houve, igualmente, o contrário “porque na Pfizer, no início do processo previa apenas que fossem extraídas cinco doses de vacinas por frasco e houve técnicos que com a sua experiência conseguiram extrair 6 e 7 doses”.
“Eu costumo dizer que fiz um MBA em 10 meses, em logística. Isto correu muito bem porque havia um objetivo comum, salvar pessoas. E depois quando há uma liderança como nós tivemos, com o vice-almirante á cabeça e com toda uma equipa da qual fiz parte, as coisas acontecem com alguma naturalidade”, refere Paulo Sérgio Barbosa.
No que à experiência própria diz respeito, Paulo Barbosa considera ser “inesquecível” uma vez que “contribui para o sucesso da vacinação do meu país”. Felizmente correu de forma excelente. Foi um prazer trabalhar numa equipa destas”, explica.
Entre as principais conquistas adquiridas pela experiência, Paulo Sérgio Barbosa considera que a “camaradagem e a forma de trabalhar” são de destacar, referindo nunca ter visto uma organização igual.
Paulo Barbosa considera que “o sucesso tem a ver com uma grande liderança e uma equipa muito focada numa determinada missão, com um objetivo comum, e que todos cumpriram”, sentindo-se com a “missão cumprida”.