O PSD de Paços de Ferreira, numa nota de imprensa divulgada na última quarta-feira, dia 20 de dezembro, denunciou a “Cegueira Ambiental e Ideológica da maioria de esquerda” pelo voto contra do executivo socialista na saudação da junta de freguesia de Meixomil pela conquista do galardão de Eco freguesia, proposta pelos vereadores sociais democratas.
O PSD de Paços de Ferreira considera que o voto contra dos socialistas demonstra “falta de respeito pela população de Meixomil e pela sua junta de freguesia e evidencia um desconhecimento e desconsideração preocupantes com as metas ambientais” ao declarar que a distinção obtida pela freguesia foi comprada.
No mesmo comunicado pode-se ler que a “cegueira ambiental e ideológica” do PS não é um ato isolado, mas sim parte de um padrão “mais amplo de negligência ambiental, exemplificado pelo fracasso da ETAR de Arreigada e pelo resultado inexistente do Ano Municipal do Ambiente”.
Direitos ReservadosA maioria socialista justificou, numa declaração sobre o sentido de voto, o seu voto contra pelo facto do projeto Eco freguesias estar inserido no que se chama de “Greenwashing”, ou “Banho Verde”, enaltecendo o projeto “Observatório Ambiental” criado pelo executivo do município de Paços de Ferreira. A oposição acredita que este enaltecimento próprio descredibiliza a diversidade de outros métodos sustentáveis e os esforços das outras freguesias na proteção ambiental, ao apontar o projeto criado pela maioria socialista “como o único critério válido para medir as boas práticas ambientais no concelho”.
O Partido Social Democrata exemplifica, também na sua nota de imprensa, a “incoerência e a falta de vergonha” da maioria socialista ao expor que apenas um dia antes deste voto controverso do executivo, ilustrado no anexo abaixo, retirado da página de Facebook do Município, “o atual vice-presidente, Paulo Ferreira, aparece nas redes sociais a receber o galardão de “Município Amigo do Desporto”, entregue pelo sócio-gerente da empresa EQ – Cidade Social, Unipessoal”, um ato que segundo os Sociais Democratas de Paços de Ferreira cria “questões sobre a integridade e transparência das práticas administrativas e faz questionar o custo desta bandeira que agora orgulhosamente segura nas mãos”.
O PSD conclui o seu comunicando apontando que a esquerda tomou um estilo narcisista, incapaz de reconhecer os méritos alheios, estando isolada “no seu próprio mundo”. Apelando também à imperatividade de um pedido de desculpas do Executivo Socialista “aos cidadãos de Meixomil e ao executivo da Junta de Freguesia”, pelo seu trabalho árduo para a obtenção da distinção de Eco freguesia.
Em comunicado enviado pelo PSD Paços de Ferreira, a ABAEE, na pessoa do seu Presidente José Archer, enuncia que “tomou conhecimento, com estupefação e profunda indignação, das declarações proferidas” pelo Presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito e pelos seus Vereadores na reunião Municipal de dia 5 de dezembro. Afirmando também que “Tais declarações, para além de ofensivas do bom nome e do trabalho desenvolvido, há mais de 30 anos, pela ABAAE, em prol do ambiente e da educação, no nosso país, são reveladoras da mais profunda e injustificada ignorância sobre os Programas e ações promovidos por esta Associação.”.
O presidente da ABAAE continua no comunicado refutando algumas das acusações dos socialistas que “são tão graves quanto infundadas e inaceitáveis pois em nada correspondem à verdade” enunciando que todos os programas da Associação são no âmbito da educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável, tendo como base critérios bem definidos e rigorosos.
José Archer convida também o executivo a fazer uma leitura atenta do sumário executivo anexo, com a descrição do Programa, sua candidatura e plano de ação para que o autarca e os seus vereadores conheçam o que verdadeiramente constitui o Galardão Eco-Freguesias XXI e a fazerem uma visita à freguesia de Meixomil para que possam ver em primeira mão a importância e o impacto que a implantação do programa tem na freguesia e na sua população.
O presidente da ABAAE, conclui que “Estamos cientes que na política e também na gestão autárquica, as diferenças ideológicas ou partidárias, coloquem as pessoas em campos opostos, mas não podemos aceitar que, a ABAAE ou qualquer dos seus programas, seja usado como “arma de arremesso” nessas “guerras” e acima de tudo ofendida no seu bom nome.”.
