Assim, levei comigo para Viana do Castelo, um conjunto de recomendações, as quais fiz questão de entregar ao Presidente do partido, Dr. Rui Rio, em detrimento da habitual intervenção em plenário, partilhando com ele, algumas das principais preocupações da nossa região, em torno da problemática da Mobilidade… E o teor da missiva entregue, é o seguinte:
E.xmº Sr. Presidente da Comissão Politica Nacional, Dr. Rui Rio,
porque entendo que o Congresso é também uma importante ferramenta de trabalho para os Autarcas, não posso deixar de abordar um assunto de extrema importância, e que requer intervenção de V. Exª com caráter de urgência.
Numa altura em que o mundo caminha para uma acelerada globalização, a Mobilidade reveste-se de particular preponderância, não só para os Cidadãos, como também para o dia-a-dia das empresas.
Tenho uma preocupação natural com a minha Cidade de Lordelo, mas neste caso a transversalidade que esta questão levanta, relativamente a toda uma região que, com mais de 300.000 habitantes e um forte tecido empresarial, sofra hoje na pele o “garrote” apertado, provocado por uma deficiente rede de transportes.
O Vale do Sousa tem nas Indústrias do Mobiliário, Têxtil e do Calçado, o principal polo dinamizador da economia local, mas é muito mais do que isso, uma vez que, pelo peso que as exportações representam na economia Nacional, constitui também um importante contribuinte para o equilíbrio orçamental em Portugal.
Neste contexto, as SCUTs, os transportes públicos rodoviários e a linha ferroviária do Vale do Sousa, são obviamente excelentes soluções… só que, pura e simplesmente, não as temos!
1.º Constrangimento – a A41 e a A42 foram inicialmente projectadas sem custos para o utilizador (SCUT) com o intuito de dar resposta a um problema real, não só do Vale do Sousa, mas de todo o Grande Porto, que se viam privados de alternativas adequadas. No entanto, uma vez concluídas, a designação de Ex-SCUT foi adoptada, e os custos aplicados, tiveram um forte impacto na vida das pessoas e das Empresas.
2.º Constrangimento – os transportes públicos, claramente uma das iniciativas mais importantes que o Governo anunciou ao País, com os seus passes sociais inovadores, veio a revelar-se uma medida restritiva e veio também acentuar as desigualdades territoriais, cavando um fosso ainda maior entre Lisboa e Porto e o resto do País, e nomeadamente em claro prejuízo da Cidade de Lordelo e restante Vale do Sousa, que têm uma rede de transportes públicos rodoviários miseráveis, ao nível do 3º mundo.
3.º Constrangimento – a linha ferroviária do Vale do Sousa, uma das “novelas” mais emocionantes da região, quando assistimos a uma cerimónia organizada pelos Autarcas Socialistas locais, com toda a “pompa e circunstância” e tivemos a oportunidade de ouvir da parte do Governo o anúncio da realização de um estudo de viabilidade da linha do Vale do Sousa… lá para 2030!
Sei que a distância entre o Vale do Sousa e o Terreiro do Paço é enorme, mas será que uma obra desta importância para a região, como é o caso da linha do Vale do Sousa, que custará certamente menos que o estudo que foi realizado para o TGV, não merecerá uma outra especial atenção e rapidez na execução.
Exm.º Sr. Presidente, sei que levará do Congresso imenso trabalho, muitas moções e recomendações, mas espero que V. Exª possa incluir na agenda, uma resposta rápida e determinada para solucionar os problemas que afectam a nossa região, e aquilo que pretendo e proponho, visa essencialmente o seguinte:
1.º Abolir desde já as portagens na A41 e A42, repondo a justiça e abrindo assim, a ligação do interior do País ao Grande Porto;
2.º Prolongar a rede de transportes públicos rodoviários, a toda a Área Metropolitana do Porto e Municípios adjacentes;
3.º Avançar quanto antes, com o estudo e consequente construção da linha ferroviária do Vale do Sousa, na certeza de que será um investimento estruturante e fundamental para a região.
A bem de Lordelo e de todo o Vale do Sousa,
Nuno Serra,
Presidente da Junta de Freguesia de Lordelo
+ (o melhor do Congresso) a organização e evolução digital, foram sem dúvida, os aspectos mais positivos deste 38º Congresso de Viana do Castelo;
– (o pior do Congresso) quando a palavra mais ouvida foi a “união” do partido, exigia-se do Presidente Rui Rio uma postura mais inclusiva, na organização das listas para os órgãos sociais… assim não vai lá!