DestaqueIncumprimento de isolamento profilático de Humberto Brito deixa entidades ‘desnorteadas’

Incumprimento de isolamento profilático de Humberto Brito deixa entidades ‘desnorteadas’

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O incumprimento do isolamento profilático de Humberto Brito, ocorrido em 2020, está em “investigação no DIAP da Procuradoria da República do Porto Este”, avançou o Ministério Público ao EMISSOR. Contactada pelo EMISSOR para avanço de novos dados, a Direção-Geral de Saúde declarou que “as informações sobre isolamento são da responsabilidade das Autoridades de Saúde Locais”.

Neste sentido, o EMISSOR contactou o ACES Vale do Sousa Norte, que referiu que “as situações do âmbito dos isolamentos profiláticos não recaem nas competências dos Agrupamentos de Centros de Saúde”, acrescentando que “o ACeS Vale do Sousa Norte não foi informado de qualquer processo neste âmbito, nomeadamente o mencionado no vosso pedido de informação”, explica.

O EMISSOR contou, ainda, a Administração Regional de Saúde do Norte, no entanto, a entidade não deu qualquer tipo de feedback sobre o assunto em questão.

O caso remonta a 8 de julho de 2020, quando presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, comunicou através da própria página do Facebook, ser um dos quatro casos positivos detetados na autarquia, motivo que levou ao encerramento dos serviços municipais.

 

 

Os resultados positivos correspondiam aos testes realizados na terça-feira dessa mesma semana, dia 7 de julho, tendo sido comunicado à Lusa, por parte da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, o encerramento dos serviços ao público a partir do dia 8 de julho. No comunicado da autarquia, ficou evidenciada a obrigatoriedade do isolamento profilático para todos os colaboradores da Câmara.

A 12 de julho, quatro dias depois do anúncio, uma equipa de saúde dos Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira encontrou Humberto Brito em casa do próprio pai.  No mesmo dia, fontes afirmaram e asseguraram terem visto o autarca também no Hospital Padre Américo, em Penafiel, tendo comunicado os factos à GNR local.

Na altura, fontes chegaram a afirmar que “os bombeiros que testemunharam os factos ficaram espantados por ser do conhecimento público que o autarca estava infetado e que, como mandam os procedimentos, devia estar em confinamento profilático durante 14 dias. Ou seja, até ao dia 21”, acrescentando que tinham de “reportar a situação a quem de direito, sob pena de estarmos a encobrir um crime”.

De acordo com as informações fornecidas pela agência Lusa, os bombeiros confrontaram o autarca, em casa do pai, com o facto de este não cumprir a quarentena. O autarca apresentou-lhes dois outros testes, que terão dado negativo.

Independentemente dos testes apresentados aos Bombeiros, o autarca, de acordo com fontes oficiais, “tem de manter o prazo de isolamento de 14 dias. Não há volta a dar. Para mais tratando-se do responsável máximo da Proteção Civil no concelho”. Por outro lado, Humberto Brito entende que “não houve nenhum desrespeito pelas normas de confinamento que se impõem a quem testa positivo”.

Após este acontecimento, a GNR confirmou, a 22 de julho, o envio do expediente para o Ministério Público.

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