Realizou-se esta terça-feira, dia 26, no auditório do MACC Baião – Mosteiro de Ancede Centro Cultural, o seminário “Douro, Tâmega e Sousa – Onde se visita um território que inventou um país”. Em debate esteve a estratégia de promoção turística da região, numa altura que coincide com o encerramento do atual quadro comunitário, no qual a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa liderou uma Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE – Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos com foco temático no turismo, um programa destinado a territórios de baixa densidade, como é o caso, na região do Douro, Tâmega e Sousa, de sete dos seu 11 concelhos – Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses e Resende –, mas também com a preparação das linhas de ação desta região para o próximo ciclo de programação dos fundos europeus.
Este seminário constituiu, por isso, uma oportunidade para fazer uma retrospetiva do trabalho em rede realizado e dos investimentos públicos e privados feitos no quadro desta Estratégia, num debate que reuniu autarcas da região e os principais parceiros públicos e privados desta Estratégia.
“Achámos que fazia sentido, agora que estamos a fechar um quadro comunitário e a começar outro, fazer um balanço e mostrar aos nossos concidadãos aquilo que se vai fazendo em cada um dos concelhos. Uma nota a destacar é que todos os Presidentes que fizeram a apresentação dos seus projetos neste seminário admitem que os mesmo não são concorrentes entre si, que não há concorrência entre os municípios, que temos de continuar a trabalhar conjuntamente, de uma forma concertada, para que, efetivamente, os efeitos positivos que cada um dos municípios tem ao nível do turismo possam também ser aproveitados pelo município vizinho”, referiu o Presidente do Conselho Intermunicipal da CIM do Tâmega e Sousa, Pedro Machado, que assumiu o papel de moderar o primeiro painel deste seminário, com intervenções dos Presidentes de Câmara dos sete concelhos da região classificados como de baixa densidade.
Para o Presidente do Conselho Intermunicipal da CIM do Tâmega e Sousa, “o PROVERE é um instrumento fundamental para a sub-região, que tem concelhos de pequena e média dimensão, com orçamentos muito limitados, que seriam manifestamente insuficientes para realizar um conjunto de necessidades que o território tem”, pelo que a expectativa é a de que, no futuro, que este tipo de abordagem continue.
Nesse sentido, foi também um dos objetivos deste seminário perspetivar o futuro do turismo na região, contando, para o efeito, com a participação do Presidente da CCDR-N e da Autoridade de Gestão do Norte 2030, António M. Cunha, que reconheceu a importância das estratégias PROVERE para as regiões de baixa densidade: “são programas vocacionados para estas regiões e são, de facto, essenciais para o seu desenvolvimento, para a sua atratividade, para o reforço do turismo.”.
Quanto ao investimento futuro, o Presidente da CCDR-N e da Autoridade de Gestão do Norte 2030 fez uma análise comparativa do que é expectável com a realidade do atual quadro comunitário: “o programa PROVERE para toda a região Norte começou com uma dotação inicial de pouco mais de 20 milhões de euros e acabou com a dotação total de 71 [milhões de euros]. Agora, estamos a começar em 75 [milhões de euros] e ainda não conseguimos saber em quanto vai acabar, até porque isso depende de toda a dinâmica do projeto, mas certamente, pelo menos, teremos uma dotação idêntica ou ligeiramente superior àquela que aconteceu no programa anterior”.
No seminário participaram ainda o Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, o Vogal Executivo do Norte 2030, Humberto Cerqueira, e o Coordenador do Departamento de Turismo e Lazer da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Politécnico do Porto, Luís Correia, num painel moderado pelo jornalista da TVI, Vítor Pinto, a Chefe da Equipa de Investimento e Promoção Territorial da CIM do Tâmega e Sousa, Susana Alves, o Secretário-Geral da AMDT – Associação de Municípios do Douro e Tâmega, Ricardo Magalhães, o Técnico Superior da VALSOUSA – Associação de Municípios do Vale do Sousa / Rota do Românico, António Coelho, o Coordenador da Ader-Sousa – Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa, José Sousa Guedes, e o Coordenador da Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional, Luís Soares, cujas intervenções foram moderadas pelo Primeiro-Secretário do Secretariado Executivo da CIM do Tâmega e Sousa, Telmo Pinto.
Recorde-se que importância da atividade turística na região do Douro, Tâmega e Sousa motivou, em 2016, a definição de uma Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE assente no turismo, destacando-se como produto-âncora o turismo de natureza e de aventura e como produtos complementares o turismo cultural, o turismo gastronómico, o enoturismo e o turismo de saúde e bem-estar. Esta Estratégia, designada de “Turismo para Todos”, foi formalmente reconhecida em outubro de 2018, tendo sido contratualizada com a sub-região do Tâmega e Sousa no âmbito do Norte 2020.
Esta Estratégia permitiu a implementação de 25 projetos-âncora, com um investimento global de cerca de 26 M€ e um apoio comunitário, através do Norte 2020, de cerca de 18 M€. Até ao momento, estima-se que o efeito multiplicador do investimento materializado pelos projetos-âncora corresponda quase à duplicação desse investimento em investimentos privados, gerando acrescidos fatores de competitividade e emprego capazes de responder a uma procura cada vez mais exigente..
O seminário “Douro, Tâmega e Sousa – Onde se visita um território que inventou um país” insere-se na Operação “PROVERE – Valorização, dinamização e promoção turística da região: Ação 1 – Destino Turístico”, promovida pela CIM do Tâmega e Sousa e cofinanciada pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.