Apesar da reabertura, continua a ser obrigatório a utilização de máscara no interior, o cumprimento da sinalética de circulação e utilização os postos de atendimento disponíveis. Os Cinemas viram, também, a sua lotação reduzida, por forma a respeitar as normas de segurança definidas, a transmissão do filme sem intervalo e a higienização das salas é feita após cada sessão.
A par destas restrições, é ainda proibido o consumo de alimentos no interior das salas.
Ao EMISSOR, o Diretor dos Cinemas NOS concedeu uma entrevista e procurou, essencialmente, mostrar o que os cinemas estão a recuperar gradualmente, sendo este “um momento de celebração” faze ao impacto social e financeiro que afetou o setor.
EMISSOR: O que significa esta reabertura para vocês?
Nuno Aguiar: A NOS Cinemas reabriu no dia 19 de abril mais de 200 salas em todo o país, com uma programação muito forte, para voltar a contribuir para a oferta cultural em Portugal. A reabertura das salas de cinema NOS é um momento de celebração, e representa um marco, com um impacto social e económico relevante para o setor do entretenimento em Portugal. Após vários meses de interrupção, este é o momento certo para os portugueses voltarem a ver os melhores filmes, com a qualidade de som e imagem que só existe numa sala de cinema, e preparámo-nos para os receber, com a máxima confiança e em total segurança.
A indústria do cinema sofreu uma quebra muito acentuada, tanto em Portugal como a nível internacional, e este regresso também nos permite ganhar uma confiança acrescida na recuperação do setor, fundamental para garantir todos postos de trabalho. Mas esta recuperação apenas será possível se o público voltar em força às salas de cinema.
EMISSOR: Consideram que este novo início está a correr bem?
Nuno Aguiar: Tem-se registado uma boa adesão por parte dos portugueses, cuja afluência às salas de cinema é bastante superior à verificada na altura do primeiro desconfinamento, em julho do ano passado. De forma mais concreta, desde a reabertura das salas de Cinemas NOS, a 19 de abril, foram vendidos mais de 200 mil bilhetes.
Sentimos que as pessoas estão com vontade de regressar. A experiência de ver cinema em sala é irreplicável no ambiente de casa, quer pela inovação tecnológica das salas, quer pelos formatos à disposição (Digital 3D, projeção laser, IMAX, 4DX, Screen X, NOS Vision X), bem como pela possibilidade de ver estreias e de escolher entre uma programação de alta qualidade, com novos títulos para toda a família.
Estamos otimistas para o futuro e os sinais de retoma do setor são positivos. Além de neste momento termos muitos e bons filmes para exibir, temos estado atentos à situação nos Estados Unidos – que impacta globalmente o setor – onde os números de receita de bilheteira e de espectadores se têm revelado bastante promissores.
Com o objetivo de apoiar a indústria cinematográfica, o setor da distribuição e exibição juntaram-se e criaram a Campanha #váaocinema. Uma iniciativa inédita que leva 50 sessões especiais a salas de Norte a Sul do país, Continente e Ilhas, com antestreias em todo o território nacional. Um convite a todos os portugueses para voltarem às salas de cinema.
EMISSOR: As pessoas sentem-se seguras por cá? Ou levantam, ainda, muitas dúvidas e incertezas?
Nuno Aguiar: Estamos a passar por uma situação nova para a indústria, que se adaptou com todas as medidas de segurança, desde a primeira hora, ao cenário de pandemia. A segurança do público e de toda a força de trabalho da NOS Cinemas é, desde sempre, a nossa prioridade e, por isso, além de cumprirem rigorosamente todas as medidas e recomendações da Direção Geral de Saúde, assegurando o regresso ao cinema em total segurança, os Cinemas NOS, detêm o Selo de Confiança na categoria de ‘Safe Places. Safe People’, o que é uma garantia acrescida para os espetadores de que ir ao cinema é seguro.
Acreditamos que, neste momento, todas as condições estão reunidas para que os portugueses se sintam totalmente seguros nas salas de cinema NOS e temos recebido feedback nesse sentido, comprovado pela afluência crescente de público.
EMISSOR: Qual foi o ponto mais difícil de ultrapassar durante a pandemia?
Nuno Aguiar: Com o encerramento das salas de cinema, e todas as restrições impostas devido à pandemia por Covid-19, a indústria do cinema foi severamente impactada, tanto em Portugal, como a nível internacional, e sabemos que esta situação se vai refletir nos resultados durante algum tempo. Em 2020, os cinemas em Portugal registaram uma quebra histórica de cerca de 75% em receitas de bilheteira e número de espetadores, comparando com o ano de 2019. É uma redução brutal que coloca em risco a sobrevivência da indústria. No entanto, ao contrário do final do primeiro período de confinamento, a afluência às salas de cinema tem sido significativamente superior, pelo que temos expectativa que 2021 possa ser um ano de recuperação para o setor e toda a equipa da NOS Cinemas reúne esforços nesse sentido.
EMISSOR: Atualmente, após a vossa reabertura, como funcionam enquanto cinema? De que forma se readaptaram?
Nuno Aguiar: O ano passado foi altamente desafiante e impôs uma nova realidade à indústria do cinema, mas a verdade é que fomos bastante ágeis e conseguimos adaptar-nos desde a primeira hora ao cenário de pandemia. Todos os complexos e salas da NOS Cinemas funcionaram mais de seis meses em total segurança, após uma profunda reorganização dos processos e protocolos operacionais, por forma a implementar todas as medidas de segurança indicadas pela Direção Geral de Saúde.
Como já foi referido, indo além das recomendações passadas pelas autoridades de saúde, a NOS Cinemas avançou com um processo independente de certificação realizado pelo ISQ (Instituto da Soldadura e Qualidade), que atribuiu a todas as salas o Selo de Confiança na categoria de ‘Safe Places. Safe People’.
Além disso, a NOS Cinemas está constantemente a inovar para atrair o público, com novas soluções adaptadas especialmente ao contexto de pandemia, como é o caso do programa ‘Uma Sala Só para Ti’. Este é um novo formato de ida aos cinemas que a NOS Cinemas lançou recentemente, e que dá aos espectadores a possibilidade de alugar uma sala, em exclusivo, para um grupo de familiares ou amigos. Quem assim o desejar pode fazê-lo exclusivamente para si ou, se preferir com um grupo restrito de até 20 pessoas – amigos ou familiares – por 120€.
EMISSOR: Consideram que o facto de não poderem vender pipocas e outros alimentos está a prejudicar o cinema?
Nuno Aguiar: Consideramos que esta medida prejudica bastante o setor. Em período de pandemia e antes do início desta proibição, em novembro de 2020, a venda de pipocas e outros produtos de bar ajudou a manter salas abertas e em atividade, pelo que aguardamos com expetativa que as pessoas possam voltar a usufruir do consumo de pipocas, que tanto caracteriza a experiência de ir ao cinema.
EMISSOR: Qual o sentimento de poderem voltar ao trabalho?
Nuno Aguiar: O cinema ocupa uma dimensão cultural muito relevante e é com grande satisfação que toda a equipa retoma as suas atividades, de novo ao serviço da sociedade e da cultura.
EMISSOR: Gostariam de deixar uma mensagem aos vossos clientes?
Nuno Aguiar: Gostaríamos de convidar os portugueses a regressarem às salas de cinema. A NOS Cinemas disponibiliza uma oferta forte e diversificada de grandes títulos para toda a família. Para além de neste momento termos muitos e bons filmes para exibir, o entusiasmo de todos os que fazem parte da NOS Cinemas não poderia ser maior, e esperamos partilhá-lo com o público.