Como é do conhecimento público, assim como da autarquia de Valongo, são inúmeras as matilhas existentes em várias zonas do Concelho de Valongo.
O Concelho de Valongo que devido à sua grande área florestal potencia a livre circulação dos animais errantes, bem como a sua reprodução descontrolada.
Desnutrição, doenças, maus tratos, traumas são cenários visíveis constantemente.
Atualmente não existe qualquer intervenção por parte das entidades competentes para a resolução desta problemática.
A portaria que regula a Lei n.º 27/2016, de 23 de agosto, proíbe o abate de animais errantes como meio de controlo da população, privilegiando a esterilização, falhou. Falha esta que restringe o programa de captura, esterilização e devolução ao local de origem (CED), medida esta só disponível às colónias de gatos errantes.
Na verdade, a implementação do programa CED a cães errantes em contexto de matilha é ainda mais urgente, considerando a incapacidade de recolha dos animais nos Centros de Recolha Oficial. Por outro lado, torna-se cruel para os animais que, afastados do seu grupo, ficam encarcerados em jaulas sem perspectiva de adoção ou são deixados na rua a procriar, originando situações de conflito por parte de alguns cidadãos.
Prevenir é a forma mais eficaz de combater esta calamidade pública. A implementação do CED é uma medida ética e eficaz em resposta à reprodução descontrolada e resultantes impactos no bem-estar animal, na comunidade e no meio ambiente.
Ana Paula Rocha
Comissária Política da Concelhia de Valongo do PAN
Membro do Movimento de Defesa às Matilhas e Colónias de Valongo