OpiniãoO orçamento que não responde às pessoas

O orçamento que não responde às pessoas

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Após a conclusão da discussão do Orçamento de Estado para 2023 e a sua sequente aprovação pela maioria PS, é possível verificar que ficou quase tudo na mesma e não se observam mais medidas de apoio às famílias e aos trabalhadores.

Pegando na retórica e publicidade do PS, que apregoa aos quatro ventos: Famílias primeiro! Diálogo! Contas certas! Estabilidade, Confiança, Compromisso! É importante clarificar e desmontar toda a falácia presente nesta propaganda.

Assim, quando fala de as famílias primeiro: se estas realmente importassem ao governo, há muito que teria havido o controlo dos preços dos bens alimentares e energéticos, bem como o aumento dos salários e pensões seria uma realidade para combater esta espiral de inflação que só retira os parcos rendimentos das famílias para os entregar aos grandes grupos económicos.

Relativamente ao diálogo: o governo fez a sua opção, colocando-se do lado do grande patronato, preterindo assim os trabalhadores. Contudo, os que criam efetivamente a riqueza neste país continuam a luta por melhores salários, sejam eles do setor público ou do setor privado e que estão cada vez mais descontentes porque se sentem abandonados pelo governo do seu país.

Quanto às contas certas: elas são apenas para os grupos económicos, pois quem produz a riqueza neste país não entra nas contas certas do PS. Assim, se permite que mais uns milhões de euros sejam colocados em offshores, enquanto as famílias lutam para que o salário dê para todo o mês.

No que concerne à estabilidade, confiança e compromisso: são apenas para dizer às instâncias europeias que as dificuldades em Portugal são visíveis, mas que o governo fará e aplicará toda a política vinda do diretório de Bruxelas.

Para concluir, apenas uma política de rutura e de verdadeira alternativa poderá melhorar as condições de vida dos portugueses. Será a valorização dos trabalhadores, do trabalho digno, das carreiras, das pensões, o aumento dos salários/pensões; a valorização dos direitos das crianças e dos pais; a resposta efetiva aos anseios da juventude; a concretização efetiva do direito à habitação, à mobilidade, ao ambiente, à saúde e à educação, entre muitos outros.

Bruno Sousa

Membro da comissão concelhia de Penafiel do PCP

 

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