O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) recebeu hoje, 7 de novembro, a visita do PSD de Penafiel, que solicitou reunião com o objetivo de avaliar a conjuntura atual da capacidade de resposta do CHTS em contexto de urgência e os desenvolvimentos com vista à constituição da ULS do Tâmega e Sousa.
Na reunião foi transmitido o sentimento sobre a grande oportunidade que a ULS (hoje aprovada em Diário da República) vai significar para a região, em termos da melhoria da articulação na prestação de cuidados entre as diferentes instituições e da racionalização e melhor aplicação de recursos.
Foi ainda referido que, atendendo ao facto de haver cobertura total de médicos de família e ainda da grande atratividade do CHTS para a fixação de novos profissionais, é plausível considerar como desígnio que a região se transforme, no espaço de uma década, numa das regiões com melhor padrão de saúde do país.
A boa relação já existente entre o CHTS, os ACES, bem como a proximidade com as autarquias e demais instituições da comunidade, são uma boa base de partida para uma atuação de promoção da saúde e prevenção da doença, em que o papel de todos vai ser essencial.
A criação da ULS do Tâmega e Sousa é ainda uma oportunidade para a correção de desvios do financiamento que vêm do passado e que, fruto dos novos critérios a aplicar, deverão melhorar significativamente a capacidade de resposta à nossa vasta população de cerca de 5% da população portuguesa, seja pela alocação prioritária de verbas para a promoção da saúde e prevenção da doença, seja pelo reforço dos recursos humanos, pelo reforço das infraestruturas e equipamentos nos ACES e para internamento, consultas e bloco operatório no hospital.
A fixação de quadros mais qualificados, a melhoria do bem-estar da população e o desenvolvimento económico que advirão com este projeto, a partir do próximo ano, darão certamente a necessária ajuda na alavancagem para uma região que tem atualmente um dos mais baixos PIB per capita do país.
Por tudo isto, a ULS será “O projeto da região”.
Quanto à capacidade de resposta do CHTS na atualidade, tem-se vindo a verificar um continuado crescimento na diferenciação e no aumento de especialidades existentes. Desde 2016, que passaram a existir, como novas especialidades Reumatologia, Imunoalergologia, Infeciologia, Oncologia, Hematologia, Genética, etc.
Os doentes destas especialidades, até 2016, tinham de ser encaminhados para os hospitais centrais do Porto, sendo que agora têm resposta na região.
O aumento significativo do número de profissionais tem permitido crescer a atividade do CHTS ano após ano, com mais consultas, mais internamentos e mais cirurgias. Em 2016 existiam 1.815 profissionais e em dezembro de 2023 vão ser quase 2.700.
Existe uma crónica dificuldade que se refere ao atendimento no serviço de urgência.
Por um lado, o CHTS tem uma das maiores urgências do país (maior que a dos hospitais Santo António, Braga, Gaia, Vila Real, etc.), com um número diário de atendimentos muito elevado e que origina dificuldades próprias; por outro lado, há os constrangimentos de espaço físico que possam albergar doentes que temporariamente precisam de ali aguardar por vaga de internamento.
Vão-se tentando minorar os efeitos e espera-se que o novo modelo em ULS e as correções de financiamento que venham a ser feitas, permitam uma melhoria significativa da resposta nos próximos meses.
O contexto atual das dificuldades do Serviço de urgência, derivados da recusa dos médicos em fazer mais de 150 horas extra, não é um problema específico do CHTS, nem a sua resolução está na sua esfera de ação. Depende das negociações em curso entre os médicos e o Ministério da Saúde e é transversal a todos os hospitais do país.