A publicação do comunicado realizado por parte do Partido Socialista na passada terça-feira, dia 22 de junho, referiu que o “uso de linguagem do candidato do Partido Social Democrata (PSD), Alexandre Costa e do seu mandatário, José Eiras, ofensivo da honra e consideração pessoal do atual Presidente de Câmara, revela que o PSD não está nesta campanha para discutir ideias e projetos para o futuro do Concelho”.
Com base nestas declarações, o EMISSOR procurou perceber qual o posicionamento da equipa de candidatura de Humberto Brito, candidato pelo PS à Câmara Municipal de Paços de Ferreira, representada por Paulo Ferreira, vereador na câmara e mandatário da candidatura do PS à autárquicas de 2021, que avançou existir “limites que não podem ser ultrapassados e esses limites foram ultrapassados”.
Quando questionado se estas declarações de carácter ofensivo deverão ser discutidas na justiça, Paulo Ferreira avança que esta situação “não é questão de justiça”, acrescentando que “não nos podem acusar e chamar-nos ditadores, instalar um clima de medo e andarmos aqui a fazer perseguições políticas, porque é algo difamatório”.
“Isto não é questão de tribunal porque a justiça tem mais com que se preocupar do que com estas questões políticas”, afirma o mandatário, reiterando que as declarações proferidas por parte do PSD de Paços de Ferreira, durante a própria apresentação, “são declarações profundamente desonestas e ficam mal a quem as proferiu”.
Paulo Ferreira afirma ainda que “se não há argumentos políticos para debater aquilo que interessa ao concelho, não estão a fazer nada na vida política”.
Relativamente ao comunicado, e quando questionado sobre este ter sido realizado pela equipa de campanha autárquica do PS ou pela concelhia do PS, Paulo Ferreira avança que “esta é a opinião de todos os democratas no concelho de Paços de Ferreira, sejam eles de que partido forem” acrescentando que “esta questão ultrapassa largamente as questões partidárias”.
“Tenho a certeza absoluta que a esmagadora maioria dos cidadãos do concelho, independentemente das suas crenças partidárias, subscrevem integralmente esta nossa posição. Não aceitam, nem se revêm nesta discussão pública”, conclui o mandatário da candidatura do PS.
O EMISSOR procurou entrevistar, também, Armanda Fernandez, presidente da concelhia do Partido Socialista de Paços de Ferreira, que referiu não ter tido conhecimento da realização e publicação deste comunicado, explicando não ter nada a comentar, uma vez que “é da candidatura, não tem nada a ver com a concelhia, nem com a minha pessoa como presidente da concelhia”.
Neste seguimento, o EMISSOR questionou a presidente da concelhia para perceber se esta estava de acordo com aquilo que foi exposto no comunicado, ao que Armanda Fernandez reafirma ser “uma posição da candidatura, eles é que têm o processo, é que sabem como é que o hão de gerir, a minha anuência ou não, não comento, as atitudes ficam com quem nas tem”.
“Estive a ver atentamente e, apesar de ter o símbolo do Partido Socialista, quem assina é o mandatário da candidatura, portanto isto é uma postura da candidatura que em nada tem a ver – como sabe, o processo foi avocado – com a posição da concelhia e da comissão política do Partido Socialista de Paços de Ferreira”, conclui Armanda Fernandez.
Para perceber qual a posição atual do PSD de Paços de Ferreira face às declarações proferidas na apresentação, e avançadas no comunicado do PS como ofensivas, José Eiras, mandatário da candidatura do PSD às autárquicas de 2021, afirma ter evidenciado, apenas, que o atual presidente da câmara, pela forma como exerce o poder público “é com base, não no diálogo, mas na imposição”.
“Acho que é preciso mudar uma política de imposição, de confronto, para uma política de diálogo”, acrescenta José Eiras e, quando questionado sobre o facto do PSD ter sido acusado no comunicado de ofender a honra e consideração pessoal do atual Presidente de Câmara, revela que “o PSD está nesta campanha para discutir ideias e projetos para o futuro do Concelho”.
“Isso é muito fácil, eu sou advogado, o Dr. Humberto Brito também é – mas não deve estar em exercício – se ele acha que foi ultrapassada a liberdade de expressão, o sítio próprio é os tribunais, onde ele estava habituado a trabalhar como eu trabalho todos os dias. Que vá lá defender se foi ultrapassada a liberdade de expressão ou não”, afirma José Eiras.
O mandatário da candidatura do PSD às autárquicas de 2021 reafirma que “da minha parte, é clarinho que não há nenhuma ofensa pessoal a quem quer que seja, até porque são pessoas que não conheço. Não posso ofender pessoas que não conheço pessoalmente, com quem não convivo, com quem não tenho nada”, conclui.