A 26 de agosto celebra-se o dia Internacional da Igualdade Feminina e, por isso, as Mulheres Socialistas e as Mulheres Social Democratas de Paços de Ferreira juntaram-se num convívio por forma a discutirem temáticas que, ainda hoje, constituem-se com um problema na vida das mulheres.
Em declarações ao EMISSOR, Madalena Martins, Presidente das Mulheres Socialistas de Paços de Ferreira, referiu que o dia Internacional da Igualdade Feminina “celebra, de uma forma simbólica, a ratificação da declaração dos direitos do Homem e do Cidadão, sendo um dos direitos fundamentais, o direito à igualdade, e a igualdade de género tem sido uma luta ao longo da história”, considera a líder.
Hoje, num convívio entre as Mulheres Socialistas e as Mulheres Social Democratas, realizado em Paços de Ferreira, e considerado um movimento “pela igualdade” e não “radical”, possibilitou às mulheres destes dois partidos, assinalar o dia com a discussão sobre as problemáticas existentes ao nível concelhio que afetam as mulheres no concelho de Paços de Ferreira.
O objetivo da reunião, de acordo com Madalena Martins, foi “por de parte aquilo que são as ideologias partidárias, porque nestas questões que dizem respeito à igualdade das mulheres, as ideologias partidárias não se opõem, uma vez que os objetivos e as problemáticas das mulheres são comuns”, refere.
Durante o convívio foi possível que estas mulheres trocassem ideias, conhecimentos e experiências sobre as várias problemáticas que têm vindo a afetar as mulheres. Madalena Martins enumera algumas temáticas que foram tidas em conta durante o encontro, explicando que “apesar das mulheres terem alcançado muitas vitórias ao longo destes anos, como o direito ao voto e o direito ao trabalho, ainda verificamos que há desigualdade salarial, inclusive no nosso concelho onde as mulheres, muitas vezes, ainda são postas de parte. Isto acontece, também, no plano político”.
No que à política diz respeito, a líder das Mulheres Socialistas de Paços de Ferreira explica sentir, na atual candidatura, uma discriminação das mulheres. Madalena Martins declara que que ainda consegue ver “alguma discriminação no plano político, principalmente na candidatura que está, neste momento, em eleições”, acrescentando que “basta olharmos para a lista que está em eleições e para o executivo. Conseguimos ver que as mulheres estão num plano muito reduzido e naquilo que são os cargos elegíveis, as mulheres não têm posição. Vemos ali figuras decorativas. Eu sinto que há uma discriminação das mulheres por parte da liderança desta candidatura”, finaliza.
Numa publicação realizada nas redes sociais, as Mulheres Social Democratas referem que o encontro foi importante uma vez que foi possível “refletir e discutir o papel da mulher na sociedade, na qual os homens continuam a ser privilegiados”, acrescentando igualmente que “num concelho onde a indústria é predominante e o trabalho feminino continua a ser mal pago e pouco reconhecido, é fundamental dar atenção a estas mulheres , às suas necessidades, competências e anseios pessoais e profissionais, tendo em conta que para além do trabalho fora de casa, as tarefas domésticas são quase sempre tarefa da mulher”.
Ao EMISSOR, Célia Carneiro, Presidente das Mulheres Social Democratas de Paços de Ferreira, acrescentou que “o encontro teve como objetivo o debate dos temas que são comuns a todas as mulheres, que afetam o seu dia-a-dia. Apesar de já terem sido feitas muitas conquistas ainda existe muita desigualdade e é importante discutir o nosso papel na sociedade. A violência doméstica é uma realidade ainda muito presente e esta não é apenas a nível físico”, explica.
Célia Carneiro referiu ainda que “são ainda muitas as que se anulam enquanto mulher. Daí a importância de nos unirmos e lutarmos pela igualdade e respeito . Independente das ideologias somos acima de tudo mulheres. E devemos celebrar a mulher como um todo. Devemos unirmos na defesa da mulher e luta por um concelho que promova e defenda essa mesma igualdade. No PSD sempre tivemos mulheres muito ativas na política como por exemplo a Dr.ª Alice Costa na vereação e a Dr.ª Rosalina que foi presidente da Assembleia Municipal e da comissão política. Temos uma representatividade acima da lei da paridade em todas as listas quer para as juntas, Assembleia Municipal e no executivo a representação é de 50%”, conclui.