No dia de hoje foram publicados os resultados de uma sondagem relativa às previsões de voto para as eleições autárquicas de 2021 no jornal “A Gazeta de Paços de Ferreira”.
Com base nestes valores, o EMISSOR procurou avaliar o crescimento percentual dos partidos tendo em conta os resultados obtidos em 2017 (votantes) e a sondagem publicada.
A par desta análise, o EMISSOR entrou em contacto com Carlos Dias, Presidente da Comissão Política do Chega e membro da Comissão Política Distrital, que avançou “deixa-me um bocado na dúvida sobre a veracidade dessa sondagem e na forma de atuar nomeadamente da Gazeta”, acrescentando que “até podemos dizer que vamos descer de percentagem nas últimas eleições presidenciais, mas nós tivemos 9% e baixamos para 4%” refere.
Carlos Dias suspeita ainda existir “claramente que há aqui uma falta de transparência naquilo que aconteceu em termos de comunicação social”, explicando que a sondagem avança os números do PS e do PSD com maior relevância e adiantando que “esses são os partidos que têm maior dimensão que têm um trabalho há 40 e muitos anos, não é de há 2 anos como nós, e nós podemos aceitar que as sondagens possam ser sempre superiores às nossas. Pesa embora, no meu entender, vai haver muitas surpresas”.
O Presidente da Concelhia do Chega de Paços de Ferreira admite não saber como foi realizada esta sondagem e avança que o próprio, bem como as pessoas com quem se relaciona, não receberam “qualquer tipo de questão via telefone, via carta, contacto pessoal em Paços de Ferreira”.
Confessa não acreditar nos números e acusa a sondagem de ter sido “adulterada”, frisando “o Chega teve uma subida exponencial desde as presidenciais, como é que de repente vem para menos de metade daquilo que teve nas últimas presidenciais…”, conclui.
Em declarações ao EMISSOR, Cláudia Santos, responsável política da CDU, admite não ter tido conhecimento da realização da sondagem, afirmando a posição do partido como já conhecida no que toca a sondagens. A responsável política avança “as sondagens valem o que valem, são feitas por quem são feitas, tem sempre uma intenção também muito clara, e a nós as sondagens não interferem no nosso trabalho, na nossa forma de estar, em qualquer tipo de eleição”, refere.
A par desta reação, afirma que a CDU contabiliza as eleições como as verdadeiras sondagens, uma vez que “é aí que as pessoas vão dizer o que querem”.
Claúdia Santos caracteriza a sondagem como sendo movida por interesses, acreditando que “quando se pergunta numa sondagem ‘o senhor vai escolher o António ou Manuel’ porque são estes os candidatos que são conhecidos, provavelmente foi o que aconteceu aqui, porque eu estou a ver aqui só duas caras e não estou a ver aqui mais cara nenhuma, é natural que as pessoas fiquem logo condicionadas na resposta”, conclui.
Também Armanda Fernandez, Presidente do Partido Socialista de Paços de Ferreira, refere não saber como a sondagem foi realizada, explicando que “as sondagens têm questões e as questões dão resultados. Como eu não fui uma das entrevistadas/inquiridas, não faço a mínima ideia. Mas é questionável”, adianta.
Armanda Fernandez apresenta “algumas reservas” no que diz respeito à sondagem realizada, revelando que “estas eleições vão ser mais disputadas como toda a gente sabe. Há partidos que se estão a posicionar também e presumo que não vá ser uma esmagadora vitória como das últimas vezes”, acrescentando que “vamos ter aqui, se calhar, algumas surpresas… nas últimas eleições foi visto o Chega que teve já alguma expressão, que vem do nada… as movimentações estão-se a fazer e só daqui para a frente é que as campanhas começam a vir para a rua”, conclui.
Contactado pelo EMISSOR, Alexandre Costa, Presidente do PSD de Paços de Ferreira avança não ter, de momento, a sondagem e por isso não procura pronunciar-se sobre o assunto. Explica ainda ser “um bocado prematuro, neste momento, emitir alguma opinião em concreto, porque os números que estão nessa capa de jornal, fala de uma coisa, mas depois dentro não faz nenhuma referência àqueles números, já faz referência a outros gráficos… eu acho que a informação ainda é muito escassa”.
O Presidente do PSD de Paços de Ferreira admite estar “à espera de ter acesso a toda a sondagem que foi feita e não a excertos que foram trabalhados nos gabinetes da Câmara Municipal”, sendo que, através de algumas pessoas, conseguiu confirmar algumas das questões que foram utilizadas nesta sondagem, expondo “Através de algumas pessoas tivemos conhecimento de algumas questões”, acrescentando que “aquilo que nos foi transmitido é que as perguntas eram um bocado inclinadas para questões relativamente ao Dr. Humberto Brito e depois, segundo me foi dado a conhecer, apenas havia três perguntas finais em que faziam referência à questão da seriedade dos candidatos já apresentados”, conta.
Por outro lado, acrescenta ainda ter estranhado “o facto de serem já referenciados valores para o Partido do Chega e da CDU quando nem sequer faziam parte das perguntas. Depois também não existem indecisos em Paços de Ferreira…”, referindo ainda que “as sondagens também podem representar aquilo que nós queremos como resultado e as perguntas, da forma como foram feitas, encaminha muito para esse sentido”.
Em suma, Alexandre Costa admitiu: “Eu não acredito naqueles números”.