OpiniãoÀ nossa própria sorte!

À nossa própria sorte!

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No momento exato, em que se aproxima o maior pico desta pandemia, é incompreensível que o governo ainda não tenha delineado e implementado um programa liderado por profissionais independentes da ciência e da medicina, capazes de colocar os interesses dos cidadãos, acima das ideologias politicas, ao contrário do atual governo. Atualmente existem mais decisões políticas do que epidemiológicas, não é aceitável!

Decisões estas que são, ainda por cima, medidas ziguezague: primeiro as máscaras eram falsa sensação de segurança, depois, passam a ser obrigatórias; milhares de cidadãos a abarrotar nos transportes públicos, mas impedidos de velar os seus entes queridos nos cemitérios; pedem às famílias para repensar o Natal enquanto o autódromo do Algarve enche com milhares de pessoas. Tudo isto sob um estado de calamidade, decretado pelo próprio governo. Enfim, são tantas as contradições, que no final, a responsabilidade será sempre atribuída aos cidadãos se algo correr muito mal!

Passam imenso tempo a discutir a obrigatoriedade de uma aplicação para telemóveis e não acautelaram o essencial, negociar com hospitais privados a sua capacidade para receber pacientes durante este estado de alerta de saúde pública. Reorganizar centros de saúde e hospitais de campanha, ou criar centros de testes rápidos, seriam tudo formas de minimizar o impacto nos hospitais concelhios e distritais. Essa triagem permitiria um melhor tratamento tanto dos doentes COVID em estado grave, como também dos de outras patologias, que não lhe és permitido prorrogar no tempo as suas consultas, tratamentos e cirurgias. Esta falta de capacidade do governo terá um custo elevado, a vida das pessoas! É inadmissível e intolerável!

Tudo isto sem acautelar as questões económicas. O nosso Concelho de Paredes tem mais de metade da produção do móvel em Portugal, não contando com as restantes indústrias, não é possível parar esta economia novamente, como aconteceu na primeira vaga da pandemia, será uma catástrofe económica e social sem precedentes. Num concelho com dificuldades, as medidas adotadas são curtas ou praticamente inexistentes. Ter a polícia municipal a verificar horários, os aglomerados de pessoas na restauração e no comércio, a obrigatoriedade de máscara na via pública assim como reduzir feiras e eventos, são tudo medidas reativas. O concelho necessita de medidas preventivas e rapidamente como promover centros de teste e de despistagem para as zonas industriais e, especialmente, para as empresas com mais de 20 a 30 colaboradores, criando um modelo em que seja possível testar os trabalhadores sempre que necessário. Pois, é de não esquecer que é a indústria que suporta o nosso concelho, e é na mesma onde se encontram os maiores aglomerados atualmente. Precisamos de proteger as pessoas e os seus postos de trabalho!

Testar é prevenir e prevenir é defender a saúde da população.

Não podemos ter uma dupla tragédia, um governo desgovernado e uma autarquia distante dos problemas dos seus cidadãos. É necessária que as mesmas estejam connosco nesta luta, porque é assustador perceber que estamos entregues á nossa própria sorte!

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