Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o dia em que se felicitam as mulheres pela sua força, luta e capacidade de superação.
E que difícil que é ser mulher!
Um dia internacional é o mínimo tendo em conta a desigualdade de género que ainda se vive, o ter de trabalhar mais, de ser mães e ainda obrigadas a ser discretas.
Numa altura em que tivemos de adaptar as nossas vidas a uma pandemia, em que se valorizam esforços e se luta por um “vai ficar tudo bem”, agravam-se problemas como a desigualdade de género. Com a situação pandémica, verifica-se um aumento de quase 30% da violência doméstica contra as mulheres na maioria dos países europeus. O fardo de trabalho doméstico (maioritariamente feito por mulheres) conciliado à telescola e ao teletrabalho ganhou outras dimensões.
É preocupante, sempre foi, mas onde está a assertividade dos nossos políticos na resolução destas problemáticas que já duram há anos?
Nada se faz, nós mulheres, continuamos a ser ridicularizadas e acusadas de sermos hormonais. A misoginia é evidente e só se tem agravado, continuamos a ser vítimas de assédio, de ameaças, de abusos, de uma disparidade salarial e de uma ainda maior precaridade, sobretudo as mais jovens. Esta desigualdade verifica-se em vários setores e o mais escandalosamente visível é o político. Verifica-se em todo o setor político uma estruturação essencialmente masculina, onde a mulher não partilha dos mesmos poderes de um homem, onde somos uma minoria e lutamos diariamente para legitimar um lugar que aos homens é facilitado, continuamos a ser excluídas de cargos de prestígio e de posições de topo.
A minha geração não pode compactuar com esta situação.
O batom vermelho e a roupa arrojada vão continuar a ser um problema e a mulher vai permanecer um vírus que a sociedade quer inferiorizar enquanto não forem tomadas medidas e os nossos governantes não começarem a dar o exemplo.
Disse recentemente Rui Rio que é preciso continuar a apostar na captação de mais mulheres para servir o bem comum e o Estado nos seus diversos patamares (central, regional e local).
E não podia estar mais certo!
Em Paredes, por exemplo, pouco ou nada se tem feito em prol da paridade entre os sexos. Quando muito tem-se cumprido os mínimos legalmente exigidos.
E isto precisa de mudar!
Também isto precisa de mudar!
E eu acredito que também isto vai mudar!
Não se trata de mudar as mulheres, mas sim de todo um sistema que nos impede de alcançar o nosso potencial e os nossos direitos de igualdade.
Lutemos, juntas e juntos, para que os homens deixem de ser tidos como regras e as mulheres como exceção e que o verbo continuar deixe de ser banal na desigualdade de género.