Hoje, trago um tema que ainda não tinha tido a coragem de abordar, refiro-me ao tão falado comboio. De uma forma mais particular refiro-me à – eventual – linha ferroviária do Vale do Sousa, ainda em estudo e com um orçamento previsional de cerca de 181 milhões de euros. Como é evidente não posso deixar de reconhecer o mérito em projeto que poucos vêm o alcance temporal concretizável no nosso curto tempo de vida. Mas há projetos, que atravessam várias gerações, e não me escandaliza nada que este seja um deles. Os transportes e a respetiva mobilidade são de extrema importância, principalmente para concelhos com défice acentuado nestas áreas, como é o concelho de Paços de Ferreira e na sua generalidade a região do Vale do Sousa.
Estas respostas aos problemas da mobilidade não trazem só vantagens. Podemos rapidamente enumerar algumas vantagens e outras tantas desvantagens no que às linhas ferroviárias diz respeito, por exemplo, em termos de vantagens, o baixo custo das viagens de grande curso; os problemas de congestionamento deixam de existir; em princípio, os terminais de cargas e descargas de mercadorias ficam mais próximos das fontes de produção; é um transporte adequado a grandes volumes ou grandes cargas de peso; a sua utilização não está dependente das condições climatéricas e em termos energéticos é eficaz.
Mas as desvantagens fazem-se sentir pelos poucos percursos disponíveis; a elevada dependência de outros transportes; é um meio de transporte pouco competitivo em distâncias curtas; os horários são pouco flexíveis e o elevado custo de aquisição, de manuseio e manutenção, são elevadíssimos.
Apesar destas particularidades, no que a este meio de transporte diz respeito, não posso deixar de concordar com o – eventual – investimento na área da mobilidade, e em particular na linha ferroviária do Vale da Sousa nas próximas décadas. Na minha opinião, apesar do grande investimento e dos sacrifícios em termos de subida de impostos para as populações de forma a liquidar as dívidas do investimento nestes projetos, todos ficaremos a ganhar com mais meios disponíveis para as gerações vindouras.
Este é um projeto que envolve diversos autarcas do Vale do Sousa, assim como da Área Metropolitana do Porto. Embora um ou outro autarca mais ‘esperto’ no que à propaganda política diz respeito, querer aproveitar-se do trabalho e dedicação de todos. Este trabalho está a ser desenvolvido por uma equipa de autarcas, mobilizados por um governo socialista, com uma clara bandeira de investimento na mobilidade e com o objetivo da concretização de um projeto a médio prazo, apoiado por fundos comunitários.
Esta equipa de trabalho que merece todo o mérito, e gostaria de destacar, o Exmo. Dr. António Costa, Primeiro Ministro, e o Dr. Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação, estes como exemplo de envolvência do governo português no que à linha do Vale do Sousa diz respeito. Relativamente aos governos locais, recordo-me por exemplo, do Dr. José Manuel Ribeiro, atual Presidente da Autarquia de Valongo, e o Dr. Nuno Fonseca, atual Presidente da Autarquia de Felgueiras, foram dois dos autarcas que muito se envolveram e se dedicaram para que este projeto se torne no futuro possível.