A pandemia está a agravar-se novamente em Portugal, com o índice de transmissibilidade (RT) a subir para 1,09, o que pode vir a resultar numa sexta vaga de infeções.
“Estamos a ver o desenho de uma sexta vaga de forma muito clara. O risco pandémico ainda não é muito elevado, mas é necessário perceber como vai continuar a evolução dos números”, avança a Lusa.
Segundo o documento, que a Lusa teve acesso hoje, o agravamento da situação pandémica deve-se à linhagem BA.2 da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, já dominante em Portugal, que apresenta “alguma taxa de reinfeção”, ao levantamento das restrições e à diminuição da proteção vacinal, “que se começa a fazer sentir”.
Segundo a Lusa “O Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – “está acima de 1, com tendência de subida”, refere o relatório elaborado por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem este grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço.”
Em função destes dados, os especialistas do IST indicam para uma tendência de aumento, nos próximos 15 dias, de internamentos em enfermaria e em unidades de cuidados intensivos, enquanto os óbitos, que atingiram o pico da recente vaga em 06 de fevereiro, podem vir ainda a registar uma “ligeira subida”.
“Neste ponto, não temos razões para crer num aumento muito forte da gravidade, mas esta subida vai certamente ocorrer – ainda de forma moderada – com o atraso entre sete e 14 dias decorrente da dinâmica das diferentes variáveis”, salientam.
Segundo o IST, a letalidade global está agora nos 0.189% em média a sete dias, um valor ainda baixo, mas “cuja subida revela uma redução da cobertura imunitária”, enquanto a letalidade do grupo dos idosos com mais de 80 anos “está de novo a subir, encontrando-se agora em 3.1%.