Em Paços de Ferreira realizar-se-ão as eleições para a concelhia do PS-Partido Socialista no dia 8 de outubro. Como já noticiado pelo EMISSOR, António Fernández engenheiro de profissão, foi deputado da assembleia municipal de Paços de Ferreira entre o ano de 2013 e 2017 e é o candidato da lista A a este órgão.
Opta agora por se sujeitar ao escrutínio partidário, interno, dos militantes do seu partido. O EMISSOR, no sentido de conhecer melhor o candidatado da Lista A, António Fernández, e para perceber o que este defende para o partido socialista fez-lhe algumas questões.
EMISSOR: Não prevê uma divisão ainda maior no partido por existirem duas listas candidatas à comissão política concelhia?
ANTÓNIO FERNÁNDEZ: Não, pelo contrário. A democracia sairá reforçada nestas eleições, pela existência de duas candidaturas, 2 projetos alternativos. A democracia é isto mesmo, pluralidade de ideias, participação. Na preparação e elaboração da minha candidatura, convidei vários militantes que prontamente aceitaram serem incluídos na lista. Tenho a honra de incluir nesta lista, socialistas que já presidiram ao órgão ao qual concorro e que no quadro nacional pertencem à Comissão Nacional e Comissão Política Nacional.
Experiência não falta e prezo-me por esta minha candidatura ser constituída por impolutos socialistas, independentes de cargos políticos, ou outros, associados ao poder local. Militantes com fortes responsabilidades pela ascensão do Partido Socialista à gestão municipal, inscritos e escritos na história do partido. Defendo um PS íntegro e integrador, livre das amarras dos interesses pessoais.
EMISSOR: Como é de conhecimento público, no passado, existiram divisões, processos de avocação, e outras situações menos simpáticas para o partido socialista em Paços de Ferreira. O que espera alcançar com a sua candidatura a este órgão?
ANTÓNIO FERNÁNDEZ: Temos que aprender com os erros. Os socialistas, todos sem exceção, devem refletir sobre o dúbio passado recente, que culminou num processo de avocação, que dividiu, e em nada enalteceu o partido socialista concelhio.
Estas derivas sectárias têm que fazer parte do passado. Com diálogo, ouvindo e respeitando todos os militantes e simpatizantes, temos que agregar. Temos que preparar o futuro.
Tudo isto não se resolve com eloquentes discursos políticos para o exterior, quando é sabido que o problema a resolver é interno. O discurso para a união e agregação, tem que se compatibilizar com os atos a praticar, algo que até agora não foi feito. Unir e agregar não é certamente, considerar e ouvir os mesmos dos mesmos, numa espécie de oligarquia.
Todos somos socialistas. Todos somos importantes.
Pretendemos alcançar com a nossa candidatura, um projeto que ajude a pensar o concelho a partir da matriz socialista.
Um projeto que ajude a perspetivar o futuro do concelho de forma coesa, consistente e harmoniosa, envolvendo todos as forças vivas e os demais organismos.
Um projeto que se quer democrático, participativo, progressista, solidário, mas não assistencialista, ambientalista e ordenado em que as pessoas sejam parte integrante das decisões.
Um projeto que faça com que as pessoas sintam o concelho como seu.
Para além do descrito na minha apresentação aos militantes, o crescimento do partido socialista no concelho, e a continuidade da gestão socialista à frente dos destinos do município por muitos anos, com o maior número de freguesias socialistas, fazem parte dos objetivos desta candidatura.
EMISSOR: Como pretende fazer evoluir o partido na comunidade pacense?
ANTÓNIO FERNÁNDEZ: O partido socialista no concelho só crescerá e evoluirá se este abrir à comunidade. A implosão e auto-destruição de um partido, é consequência óbvia de um partido que se fecha.
É importante ouvir e dar voz aos militantes e simpatizantes, democratizar.
O partido tem que ser de todos. Temos que acabar com a ideia que o partido é propriedade de alguns militantes, aquilo que designo por homens providenciais, entidades divinas, salvadores do partido. Esta ideia Sebastianista, para além de retrógrada é de um provincianismo evidente.
Está na hora dos socialistas pensarem no partido como um todo e se fazerem representar e respeitar. Hoje apresento-me a eleições amanhã será outro.
EMISSOR: Como é do seu conhecimento, a gestão autárquica concelhia tem merecido algumas críticas proferidas publicamente por diversos militantes do partido socialista. O que pensa o ANTÓNIO FERNÁNDEZ da gestão municipal?
ANTÓNIO FERNÁNDEZ: O partido socialista nos seus mais elementares e fundamentais princípios, sempre se pautou pela transparência, responsabilidade, cumpridor dos seus compromissos assumidos, forte papel na ação social marginalizando o assistencialismo, preocupação nas políticas ambientais, saúde, educação, justiça e ordenamento territorial.
Considero positiva a gestão municipal socialista, mesmo com os fortes constrangimentos resultado das gestões anteriores do PSD. O concelho está diferente e para melhor. Crescemos e evoluímos, mas não deixo de sentir um doce amargo ao pensar se não podíamos ter ido um pouco mais além. Somos capazes e temos a obrigação de definirmos objetivos mais ambiciosos, no risco de mais tarde sermos responsabilizados por não o ter feito.
Não obstante esta avaliação positiva sobre a execução socialista no concelho, não deixo de fazer alguns reparos a alguns dossiers que têm que ser resolvidos, para evitar nefastas consequências para os munícipes no futuro, dos quais saliento, a concessão dos serviços de águas e saneamento e a ETAR de arreigada. Deve-se projetar o futuro, com a preocupação acrescida de colmatar as lacunas identificadas nas mais diversas áreas da gestão municipal.
Como presidente da concelhia, defenderei como sempre defendi, que o órgão comissão política, embora sem qualquer papel decisório, deverá ser ouvida sobre os dossiers importantes da execução municipal. Só assim teremos um PS participativo, envolvido e próximo da comunidade.
Cada órgão tem o seu papel, para além de se ouvirem e respeitarem, devem complementar-se. Misturar e confundir os resultados da execução municipal com a ação política da Comissão Política Concelhia, para além de não ser prática comum, é estar a induzir em erro.
“No próximo dia 8 de outubro, vote LISTA A, por um PS integro e integrador, por um PS de todos, democratizado, por um PS de mão-dadas com a comunidade, por um PS próximo das freguesias, por um PS á frente dos destinos do município.”