O EMISSOR procurou entrevistar Carolina quanto à sua experiência no mundo da dança e de que forma se adaptou à atual situação provocada pela Covid-19. A profissional explica que, neste momento, o mais importante é “incentivar os meus alunos e pessoas que conheço, a darem sempre uma oportunidade às aulas online, seja de dança ou outra atividade qualquer, porque estamos a ajudar profissionais, estamos a ajudar-nos a nós mesmos a não deixar que o facto de não podermos sair de casa nos prenda”.
EMISSOR: Como surgiu o gosto pela dança? Como é que tudo começou?
Carolina Santos (CS): A dança, desde cedo, é uma paixão para mim. Comecei a dançar com 8 anos num grupo de danças Afro Latinas e essa paixão foi crescendo ao longo dos anos até que iniciei a formação em ballet clássico e contemporâneo com 13 anos, onde fui crescendo e evoluindo cada vez mais e ficando com esse “bichinho pela dança”, o que fez com que, passado uns anos, comecei a dar aulas nessa mesma área.
EMISSOR: Onde se inspira para criar as próprias coreografias?
CS: Desde que me conheço que tenho o gosto pela dança. Comecei a dançar aos 8 anos e desde então que frequentei várias escolas, vários estilos, no entanto formei-me em ballet clássico, onde finalizei a minha formação e iniciei a minha atividade profissional, enquanto professora de dança. Não consigo não dançar, não dar aulas, não aprender com outros profissionais. Por isso, é algo que sei que quero para a vida.
EMISSOR: Faz parte de algum grupo? O que a motiva?
CS: Quando comecei a lecionar, comecei por inspirar-me nas minhas alunas, nas pessoas que passaram pela minha vida, ao nível profissional, ao nível da dança e também por muitos profissionais com quem tive o gosto de partilhar experiências. Por isso, as minhas coreografias inspiram-se em muitas coisas, mediante, também, o meu objetivo. É isso que me faz criar coreografias únicas. Cada uma com uma ideia a transmitir diferente e o que mais me interessa é mesmo que as minhas alunas possam passar isso para o público.
EMISSOR: Que projetos tem na área da dança?
CS: Já fiz parte de vários grupos. Neste momento continuo presente num que, para mim, é a minha segunda família, a minha segunda casa, e com o qual tenho o gosto de dançar sempre que posso. No entanto, a vida encarrega-se de nos trazer outras coisas, neste momento dedico-me mais ao meu trabalho e a toda a minha vida profissional que me ocupa muito mais ao nível horário. O que mais me motiva é mesmo as pessoas, a família, a união e, tudo isso, penso que serão as coisas mais importantes em qualquer grupo. Técnica e formação muitas escolas conseguem dar, mas o sentir que estamos num lugar onde gostamos das pessoas e elas gostam de nós, e conseguem ter uma partilha muito grande connosco não é tão fácil assim, portanto o melhor mesmo é estarmos num sítio onde nos sintamos em casa.
EMISSOR: Qual é o seu estilo de dança?
CS: Os estilos que leciono são ballet clássico e dança contemporânea, apesar de já ter tido oportunidade de ter contacto com outros estilos. Neste momento, para mim, o meu maior objetivo é conseguir que as minhas alunas alcancem sempre os seus objetivos e cresçam cada vez mais com a minha ajuda. Claro que um objetivo a longo prazo, ao nível da dança era ter o meu próprio espaço, criar um grupo com alunas minhas e com possíveis novas alunas, era algo que gostaria muito, no entanto, fico de coração cheio por saber que tenho pessoas que me acompanham há muitos anos e que me vão continuar a acompanhar.
EMISSOR: Quais os objetivos que pretende alcançar enquanto bailarina?
CS: Enquanto bailarina aquilo que pretendo é ter mais tempo para mim, quando a minha vida profissional também estiver mais estável e com horários onde possa dedicar mais tempo a mim. O meu objetivo é mesmo esse, crescer, também, enquanto pessoa e profissional ao aprender com outros profissionais com quem não tenho tido tanta oportunidade. No entanto, faço questão de ter mais contacto com outros profissionais e poder, assim, partilhar mais experiências com pessoas na minha área.
EMISSOR: O que tenta transmitir através da dança?
CS: Através da dança, tento sempre transmitir vários sentimentos, consoante o meu objetivo e várias fases ou situações que possam acontecer ou que possamos alertar através da arte. Há muitas situações e factos que a arte ajuda a alertar e a sensibilizar muita gente e é esse o meu principal objetivo.
EMISSOR: Sabemos que procura incentivar e ensinar novos apaixonados pelo mundo da dança com aulas online, pode falar um pouco sobre essa experiência pessoal?
CS: As aulas online foi algo que surgiu com o Covid-19, foi uma nova adaptação e um novo método ao nível da dança e ao nível de muitas outras artes. Tivemos que nos adaptar a uma nova realidade. Felizmente conseguimos, e vamos conseguindo, adaptar-nos e conseguimos corrigir os nossos alunos, evoluir com eles e isso é o mais importante.
O mais importante é não pararmos e não deixarmos que a arte pare ou fique esquecida porque, em tempos como aqueles que estão a acontecer, a arte é uma das coisas que foi mais prejudicada, tendo em conta que muita gente não considera como algo “principal”.
O mais importante, para mim, é mesmo incentivar os meus alunos e pessoas que conheço, a darem sempre uma oportunidade às aulas online, seja de dança ou outra atividade qualquer, porque estamos a ajudar profissionais, estamos a ajudar-nos a nós mesmos a não deixar que o facto de não podermos sair de casa nos prenda. Acho que é tudo uma questão de nos adaptarmos e de nos começarmos a inteirar que, daqui para a frente, o online será cada vez mais utilizado.
EMISSOR: O que espera para o seu futuro enquanto dançarina e enquanto pessoa?
CS: Enquanto bailarina e professora eu espero que o meu futuro seja recheado de muitos alunos, muitas pessoas boas, muitas coreografias e que consiga sempre ajudar as pessoas de alguma forma. Espero conseguir ajudar, conseguir incentivar, … e esse é o meu principal objetivo é, não ter só alunos, ter também pessoas, porque cada aluno é uma pessoa diferente e o principal é que percebamos quem é que temos à nossa frente.
O meu objetivo enquanto pessoa, bailarina e professora é mesmo dar sempre o melhor de mim aqueles que me procuram, procurar sempre que as pessoas deem o melhor delas e juntos conseguirmos sempre o melhor.