Trabalho e Saúde¹
Não dizemos que o trabalho dá saúde. Trabalha-se porque os indivíduos procuram obter rendimento para a sua vida quotidiana. Mas hoje em dia, trabalhar é condição de sobrevivência. Os ritmos e as condições de trabalho poem em risco a nossa sobrevivência. Física, mental e mesmo prejudicam as relações que tem de existir nas sociedades.
O discurso da maior produtividade do fator trabalho é sinónimo de exploração da condição humana. Será que querer maximizar a produtividade de cada um de nós não se estará a pôr em risco o equilíbrio do Homem como um todo? Até que ponto esta exigência ultrapassa os nossos limites físicos e mentais? Será que o detentor dos meios de produção verdadeiramente beneficia se tiver altas rotações da sua força de trabalho devido a situações de ausência por doença? Quais são os custos de substituição? E da perda do conhecimento e da aprendizagem?
Para o bem-estar da sua força de trabalho, parece ser lógico e pertinente que as organizações tenham condições próprias e/ou contratadas para a avaliação das condições de saúde dos seus trabalhadores. Têm mesmo de ir para além do que estiver definido na Lei. O que estiver na Lei é mínimo. As organizações têm de proporcionar aos seus trabalhadores condições de segurança relativamente ao meio onde desenvolvem a sua atividade profissional.
Independentemente da dimensão da organização, os seus responsáveis terão de olhar para as pessoas como o elemento primordial para o resultado que perseguem. Podem ter o melhor parque de máquinas, tecnologias de ponta e sistemas de informação de vanguarda. Contudo se não tiver trabalhador motivado e com a perceção clara de que está num ambiente de trabalho protegido a sua produtividade será posta em causa.
Segundo Faria e Meneghetti (2011)[2], hoje em dia há evidências de grave ausência humana nas teorias organizacionais orientadas para a excelência. Até que ponto a procura deste resultado não porá em risco a saúde biopsicossocial dos trabalhadores?