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O recurso ao abate de animais errantes como forma de controlo populacional já não é permitido por lei desde 23 de setembro de 2018 (Lei 27/2016 de 23 de agosto). Em Aguiar de Sousa, a solução encontrada por desconhecidos foi dar uma morte lenta e dolorosa a estes cães de uma forma criminosa, colocando armadilhas em montes onde estas matilhas se encontram protegidas e alimentadas. O sofrimento destes cães passa a ser o sofrimento de quem cuida e de quem criou laços de afeto com estes seres incríveis que merecem todo o respeito e cuidado por parte do executivo do Município de Paredes. Um crime que não tem culpados nem mereceu preocupação por parte do Presidente da Junta de Aguiar de Sousa ou do Presidente da Câmara de Paredes.

É urgente encontrar uma solução para o problema das matilhas selvagens que causam “um grande alarme social”. A proliferação de matilhas decorrentes tanto do abandono como da posse irresponsável e da subsequente reprodução dos cães, levam ao crescimento exponencial do número de cães que, salvo com alguns cuidadores voluntários, nunca tiveram contactos positivos com pessoas, tornando-os naturalmente receosos e territoriais, e de difícil captura e adoção, pelo que não se enquadram no tradicional circuito de captura, esterilização e adoção.

Apesar de ser muito mais difícil e moroso capturar cães errantes, isso já se faz noutros concelhos. Depois da captura, tal como acontece com os gatos (CED), os cães deveriam ser vacinados e esterilizados e, posteriormente, devolvidos aos locais de origem. Os cães que vivem em matilha podem ser sinalizados e a população que cuida ficaria responsável pela sua alimentação, entre outros cuidados. As matilhas normalmente já têm cuidadores, abrigo e alimento, como a de Aguiar de Sousa. A esterilização desses cães permitiria que muitos se tornassem mais “dóceis e sedentários” porque perdem “o comportamento territorial” e o mais importante – o controle dessa matilha.

O canil municipal de Paredes não recolhe cães abandonados, não tem uma campanha de esterilização massiva nem de adoção. A página da Câmara Municipal de Paredes promove tudo menos os nossos cães, ao contrário de muitas outras câmaras municipais que divulgam e promovem a adoção dos cães que estão no canil.

Desde 2018 que este executivo deveria ter-se preparado para cumprir a lei que obriga a recolher os cães abandonados, esterilizá-los e promover a sua adoção. Nem o centro de recolha melhorou ou aumentou, logo este encontra-se sobrelotado. O Município de Paredes não cumpre a lei. A lei obriga a que os cães errantes sejam recolhidos pelas entidades competentes – Câmaras Municipais, PSP e GNR – mas o meu Município não tem onde os pôr. Se não tem onde os pôr e se a população se voluntariou para ajudar estes cães não entendo a indolência do Presidente de Câmara de Paredes, que já poderia ter-se informado sobre quem são estes fregueses e como poderia colaborar e ajudar. 

Outros municípios colaboram com associações, criam parques para receber estes cães, esterilizam e devolvem os cães às suas matilhas, apoiam os cuidadores e têm campanhas de ajuda para evitar o abandono. Não deixam que os presidentes de juntas de freguesia tenham conhecimento de armadilhas para javali e não haja uma atuação da GNR. Que se percam cães no canil municipal e não se apure responsabilidades, que cães sejam adotados no canil por pessoas que vivem noutra cidade e posteriormente sejam abandonados numa freguesia de Paredes com chip do canil e este não recolha o animal.

Estamos a falar de crimes, incumprimento da lei e uma falta de respeito pelos direitos dos animais.

Só um exemplo que foi notícia a semana passada, em Lordelo um cão esteve três dias abandonado na margem de um rio e quem o resgatou foi uma mulher de coração enorme de Paços de Ferreira.

Senhor Presidente, acho que o seu atraso no que se refere à política animal nada tem a ver com a lei ou o desconhecimento dela. Nem pela falta de verbas: a campanha de esterilização é oferecida pela DGAV a todas as autarquias, só teria que se candidatar. Tem a ver com uma insensibilidade para a causa animal e, acrescentaria, a ambiental. Cães continuam a morrer atropelados, envenenados, com fome e infelizmente quem vê a dor deles não sabe a quem recorrer. Não é um livrinho com o projeto do canil que faz de si um Presidente que tenha uma política animal, esta causa traz consigo uma dedicação e isto é algo que se tem ou não se tem. Tem uma equipa enorme e conseguiu emprego para tantas pessoas neste concelho dentro da Câmara Municipal, porém não tem uma que se dedique à causa animal. E convém não esquecer que gostar e cuidar dos animais não é só uma questão de horários, das 9h às 16h, nem de ter um novo canil para os depositar.

Depois do “não alimentem os animais e consequentemente deixem-nos morrer à fome,” temos agora armadilhas ilegais. Serão estas as soluções à Alexandre Almeida?

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