As áreas de formação disponíveis para os alunos do Ensino Secundários passam por Línguas e Humanidades, Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas e Artes Visuais, no entanto, esta oferta formativa está disponível apenas em 127 concelhos do país, o equivalente a 45,7% dos concelhos do continente português.
Em 33 municípios de Portugal não existe, sequer, este nível de escolaridade obrigatória. Em oito, existe apenas um curso e em 49 municípios, duas opções.
Estas desigualdades são mais visíveis no interior do país, onde os alunos que gostam de artes e economia se vêm vedados da oferta formativa.
Em Portugal, existem jovens com 14 e 15 anos que vivem sozinhos para poderem frequentar os cursos pretendidos, bem como existem famílias que mudam de área de residência pelo mesmo motivo. No entanto, muitos dos jovens não vêm as suas realidades facilitadas e, por isso, acabam por verem o percurso académico limitado no Secundário.
Este é um problema que não é novo, no entanto, com a quebra da natalidade, este problema tem-se vindo a intensificar.
Face a esta realidade, o Ministério da Educação afirmou, por escrito, a existência de “territórios com número cada vez mais reduzido de alunos dos cursos científico-humanísticos”, devido à “redução paulatina dos nascimentos, particularmente intensa no Interior”, acrescentando a procura pelas “vias profissionalizantes” como fator responsável pela realidade.